Mulher e profissional: Suely Scherer divide seu tempo entre casa e universidade

Com um currículo profissional extenso e a vida social em dia, a professora doutora Suely Scherer é o clássico exemplo de mulher que lutou por um espaço no mercado de trabalho e conquistou por mérito próprio cada passo avançado na carreira. Ela é graduada em matemática, pela Univille/SC, e hoje atua como pesquisadora na área […]

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Com um currículo profissional extenso e a vida social em dia, a professora doutora Suely Scherer é o clássico exemplo de mulher que lutou por um espaço no mercado de trabalho e conquistou por mérito próprio cada passo avançado na carreira.

Ela é graduada em matemática, pela Univille/SC, e hoje atua como pesquisadora na área de Educação Tecnológica, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Há dois anos em Campo Grande, ela é natural de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, e passou por outras instituições de ensino disseminando sua área de pesquisa.

O mestrado em Matemática Aplicada e Computacional ela concluiu na Unijui/RS, em 1998. Sete anos depois, ela terminou o doutorado em Educação Currículo na Linha de Tecnologia, na PUC/SP.

Na rotina, Suely praticamente divide o tempo entre o trabalho e a casa. Na UFMS, onde passa praticamente metade do dia, ela é professora na graduação, mestrado e doutorado, além de ser uma das coordenadoras do projeto de pesquisa “Um Computador por Aluno”. Já em casa, ela conta que sempre tenta dar atenção à família e os amigos, sem esquecer o lazer. E no meio de tudo isso, Suely ainda dá conta de ser mulher e cuidar dela própria.

A área de tecnologia sempre foi predominantemente masculina, como foi para você se inserir neste meio?

Hoje as mulheres também estão entrando no campo da pesquisa da ciência da computação. E na área de informática educativa, desde o início houve homens e mulheres pesquisando, e acredito que seja porque na informática sempre teve mais homens e a educação é um campo mais feminino.

Então, você acredita que o mercado de trabalha esteja bem balanceado?

Tudo depende de campos de trabalho. Mas acho que até mesmo as áreas que eram extremamente masculinas, inclusive na engenharia ou construção civil, na qual, há alguns anos, jamais pensaríamos que uma mulher poderia atuar, mas hoje elas estão inseridas nesse nicho. Conseguimos respeito na maioria das regiões.

E como fica a questão do respeito entre os dois universos, masculino e feminino, no mercado de trabalho?

Nós somos respeitadas tanto quanto os homens. Acho que temos que pensar em seres humanos, mesmo porque tem mulheres que desrespeitam mulheres e vice-versa. Então, temos que buscar, nos diferentes espaços de trabalho, é a questão do respeito ao ser humano. Existem mulheres extremamente inteligentes e com valores que contribuem para a sociedade e tem mulheres que são contrárias a tudo isso, assim como homens.

Então, a briga no Brasil hoje, onde conseguimos avançar em algumas regiões. Na minha área, acho que estamos em pé de igualdade. Sempre fui respeitada enquanto pesquisadora. Neste papel, somos questionados sobre conteúdo das pesquisas, na briga científica, mas isso independe do gênero.

Como você faz para dar conta de todos os afazeres do dia-a-dia?

Divido meu tempo entre casa e universidade. No meio disso tenho algumas viagens a trabalho, para dar assessoria em outras universidades, com o projeto nas escolas, que é o meu campo de pesquisa. Então de manhã e à tarde eu me dedico a isso.

À noite, eu me volto à questão social, marido, casa, amigos. Tento dividir, mas nem sempre dá certo, às vezes tenho artigo para escrever, finalizar um trabalho, corrigir dissertações dos alunos, preparar palestra. Trabalho com cronogramas.

Daí o pé de igualdade serve para dentro de casa também. Meu marido ajuda muito nas tarefas domésticas. Tudo é de responsabilidade dos dois. Isso eu acho que falta em muitas casas.

No meio de tantos afazeres, sobra tempo para cuidar de si, de fazer “coisas de mulheres”?

Faço isso nos finais de semana e à noite também. Massagens, unha, cabelo, pilates, acho que isso não podemos nos esquecer de fazer. Às vezes é bom também comprar uma roupa diferente. É importante lembrar que além de pesquisadora, eu sou mulher. Às vezes parece que não sobre tempo, mas acho que é possível conciliar.

Um exemplo de mulher?

Léa da Cruz Fagundes, professora doutora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenadora do LEC (Laboratório de Estudos Cognitivos). Para mim ela é o maior exemplo de uma mulher que sempre teve uma vida mental e física saudável, sempre trabalhou e lutou pela carreira, mas sem deixar de lado a família.

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