Mudanças são previstas no Plano Brasil Maior para desonerar folha de pagamento do setor têxtil
Governo pode incluir setor têxtil na desoneração da folha de pagamento instituída no Plano Brasil Maior
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Governo pode incluir setor têxtil na desoneração da folha de pagamento instituída no Plano Brasil Maior
O governo poderá anunciar em duas semanas mudanças no Plano Brasil Maior para desonerar a folha de pagamento do setor têxtil. Hoje (15), o representante da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Agnaldo Diniz Filho, esteve com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir uma redução na alíquota cobrada sobre a folha de pagamento, que ficaria inferior a 1,5%, como foi adotado para o setor de confecções.
Segundo ele, a desoneração foi discutida na reunião e Mantega sinalizou favoravelmente à mudança. Lançado em agosto do ano passado, o Plano Brasil Maior socorreu os setores sensíveis ao câmbio e à concorrência com os produtos importados reduzindo a alíquota do INSS de 20% para zero, mas, em contrapartida, passou-se a cobrar uma alíquota de 1,5% sobre o faturamento.
“Notamos uma possibilidade, uma tendência de diminuição de 1,5% na folha. O setor têxtil não está participando dessa política e, sim, o setor de confecção. O percentual não foi definido, mas defendemos de 0,8% a 1%”, disse Agnaldo Diniz Filho. Ele argumenta que a redução elevará a competitividade do setor com os produtos importados, diante da concorrência classificada por ele como predatória.
A maior queixa do setor, segundo ele, é contra a China. O representante do setor têxtil disse ainda que o Mantega indicou, durante a reunião, que haverá um ajustamento [redução] da alíquota de 1,5%, reduzindo os custos do setor. No setor de confecção, informou, o custo de produção é composto em aproximadamente 50% com a folha de pagamento.
“Para competir com países que têm um custo de mão de obra baixíssima, como a China, é preciso que o Ministério da Fazenda consiga reduzir o peso da folha de pagamento na produção. Passará a ser uma vantagem competitiva”, destacou.
José Luiz Diaz Fernandez , representante da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), que também participou do encontro com Mantega, pediu uma maior desoneração da folha de pagamento para voltar a participar do Plano Brasil Maior.
“O governo está sinalizando com 1%. Estamos conversando com o setor para mostrar que o governo está dando essa colaboração ao conversar novamente e o setor deve flexibilizar o pleito de 0,8% e chegar a 1%. Cada um deve ceder um pouco”, disse.
Pelos cálculos da Abimóvel, aproximadamente 75% das empresas do setor passariam a ser beneficiadas com a redução. Em São Bento do Sul, Santa Catarina, onde existe um polo eminentemente exportador, a economia prevista com a desoneração da folha, segundo Fernandez, é R$ 7 milhões por ano para as 175 empresas da região.
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