Foto mostra detalhe da entrada da unidade de saúde. Nova UBSF estava prevista para ser entregue no 2° semestre deste ano.

O ambiente com boas instalações e estrutura, típico de uma unidade de saúde, não é o que se encontra na UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) do Parati, na rua Anhumas, em Campo Grande.

Em uma pequena casa alugada, tanto os profissionais do local quanto os pacientes aguardam a finalização da obra do novo posto de saúde, na rua General Gentil Marcondes.

Orçada em mais de meio milhão, a obra teve início em abril de 2011 e estava prevista para ser entregue no 2° semestre deste ano. A estrutura prometida é de 778,08 metros, o que implicaria na contratação de mais profissionais da saúde e benefícios para a população.

”Os moradores do bairro usam muito do serviço do posto e cobram melhorias da gente. São mais de dez mil pacientes, entre pessoas hipertensas, diabéticas e gestantes que fazem o acompanhamento pré-natal”, fala Isac Nunes, coordenador do Conselho Gestor de Saúde do bairro ao Midiamax.

Assim como ele, o presidente do Centro Comunitário do Jardim Parati e integrante do Conselho de Saúde, Roberto Miranda, conta que as cobranças são inúmeras. “Na manhã desta quinta-feira (22), cerca de 80 moradores vieram aqui como forma de protesto, querendo saber sobre o andamento da obra. A sensação de quem vai lá é de que a casa está prestes a ruir”, comenta Miranda.

Para os líderes do bairro, o pior de tudo é cobrar e não obter resposta alguma. “Mandamos ofício para diversos órgãos, como a Sesau, Seop, Seinthra e nada. E quando a gente se identifica e fala sobre a obra, ninguém quer falar. Para o manifesto de hoje, por exemplo, convidamos a vereadora eleita Profª Rose e também representantes da prefeitura, mas eles não compareceram”, lamenta Miranda.

Novo manifesto

Revoltados, os moradores já combinaram uma nova manifestação. Na próxima terça-feira (27), eles prometeram ‘trancar’ a rua Anhumas, onde fica localizado o posto de saúde do bairro. “Faz sete anos que frequento o posto, desde o meu primeiro filho. A rua precisa de mais sinalização em frente, são poucos atendentes e a estrutura precária é pior ainda quando chove”, comenta a dona de casa Camila Lima Pinheiro, 20.

Sobre o atendimento médico, a diarista Aparecida Dias Torres, 43 anos, diz que pouco tem a declarar. “Tem um único médico por período para dar conta de todo mundo. Agora, fiquei sabendo que podemos vir no dia quatro de dezembro para marcar a consulta que será realizada no ano que vem. E quem precisa de urgência, como o filho da minha vizinha”, fala Torres.

O problema no qual o filho dela possui é grave, um inchaço nos testículos. “O menino precisa passar pela consulta, para receber o pedido de cirurgia. Cada dia que passa ele piora e nunca consegue a consulta”, fala a doméstica Cleonice Soledad Araújo, 44 anos.

Questionada a respeito da paralisação, a assessoria de imprensa da prefeitura disse que conversa com o fiscal da obra para averiguar o motivo.