Ministros querem que sociedade participe de decisões sobre gastos em defesa

Autoridades que participam do seminário Estratégias de Defesa Nacional, que está ocorrendo hoje (27), na Câmara dos Deputados, em Brasília, aproveitaram o auditório lotado e a transmissão do evento pela internet para reforçar a necessidade de que mais recursos sejam destinados à defesa da soberania nacional e ao reaparelhamento das Forças Armadas. Os participantes também […]

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Autoridades que participam do seminário Estratégias de Defesa Nacional, que está ocorrendo hoje (27), na Câmara dos Deputados, em Brasília, aproveitaram o auditório lotado e a transmissão do evento pela internet para reforçar a necessidade de que mais recursos sejam destinados à defesa da soberania nacional e ao reaparelhamento das Forças Armadas. Os participantes também defenderam a participação da sociedade nessa decisão.

“A defesa não é um problema [exclusivo] do Ministério da Defesa, do governo ou do Estado. É um problema da sociedade como um todo. Saber quanto podemos despender em Defesa é uma questão para a sociedade [definir]. O governo não pode tomar decisões que não estejam amparadas no sentimento social”, afirmou o ministro da Defesa, Celso Amorim.

Para o ministro, a política de defesa é indissociável das pretensões de desenvolvimento nacional. “Cumpre recordar uma valiosa advertência presente na Estratégia Nacional de Defesa: é imprudente imaginar que um país como o Brasil não enfrente antagonismos ao perseguir seus objetivos. Mesmo um país pacífico como o nosso deve estar respaldado”, concluiu Amorim.

No mesmo sentido, o ministro Moreira Franco, da Secretaria Nacional de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, sustentou que “não seremos nunca uma sociedade respeitada se não tivermos as condições de nos defender”.

Moreira Franco propôs que as autoridades deem maior publicidade aos temas estratégicos para que, assim, a própria população se informe sobre a importância do setor e apóie as medidas propostas na Política e na Estratégia Nacional de Defesa, que definem o propósito do país de alcançar a autonomia tecnológica nos setores nuclear, cibernético e aeroespacial.

“Se colocamos como objeto a produção de uma política nacional de defesa é porque nos defendemos de algo, de alguém, de ameaças que são palpáveis. E quando temos consciência de quais são essas ameaças, mobilizamos muito mais recursos materiais e intelectuais para evitar que elas se transformem em realidade”, explicou Moreira Franco.

O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos reiterou a importância de se popularizar o tema. “Creio que a sociedade brasileira já está suficientemente madura para poder debater quais são as ameaças [ao país]. Com isso, à medida que cada cidadão souber que ameaça nossa comunidade enfrenta, ele saberá apoiar os movimentos que justifiquem os recursos orçamentários necessários para nos defendermos”, disse Franco.

A presidenta da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), destacou a importância do seminário para que os parlamentares se atualizem a respeito do tema, “um dos eixos estratégicos para o desenvolvimento nacional”, que, segundo ela, com a consolidação da democracia brasileira, vem deixando de ser assunto de interesse exclusivamente militar.

Aberto a acadêmicos, militares, representantes de empresas do setor e demais interessados no assunto, o evento prossegue até amanhã (28) no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados.

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