Confrontado com suspeitas de direcionamento de recursos de prevenção de catástrofes naturais para seu reduto político, em Pernambuco, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, deverá prestar novos esclarecimentos à presidente Dilma Rousseff na segunda-feira. Segundo o ministro, a presidente ligou para ele ontem para agendar a reunião.

Bezerra também precisará esclarecer um suposto favorecimento de seu filho, o deputado federal Fernando Coelho, com a liberação de dinheiro proveniente de emendas parlamentares. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo deste sábado aponta que o parlamentar foi o campeão no recebimento de emendas da pasta comandada pelo pai.

No início da noite de domingo, Fernando Bezerra poderá ainda prestar explicações à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em uma reunião no Palácio do Planalto.

Neste sábado, PSDB e Democratas voltaram a cobrar novas explicações do auxiliar da presidente Dilma Rousseff que, mesmo durante o recesso do Congresso Nacional, deve se reunir com parlamentares da base aliada e da oposição na próxima terça-feira para explicar os critérios de distribuição de recursos públicos para municípios atingidos por catástrofes naturais.

Na última semana, o oposicionista PPS havia protocolado pedido de convocação da Comissão Representativa da Casa para discutir os efeitos das fortes chuvas que atingem o País e o critério de distribuição de recursos governamentais a municípios atingidos pelas águas. A comissão é formada por parlamentares para atuarem durante o recesso do Poder Legislativo federal.

Ainda na segunda-feira o ministro deve se encontrar com toda a equipe técnica e assessores para fazer um balanço dos estragos causados pela chuva no Sudeste do País. As reuniões ocorrem no momento em que a oposição também acusa Bezerra Coelho de favorecer o PSB, seu partido, e o Estado de Pernambuco, onde construiu a carreira política.

Para a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, não houve irregularidades na destinação de créditos extraordinários para investimentos na construção de barragens no Estado.

Em 2010, Pernambuco e Alagoas foram atingidos por enchentes que deixaram 46 mortos e mais de 98 mil pessoas desalojadas. Segundo Miriam Belchior, após as ações de socorro imediato às famílias atingidas, o governo pediu um estudo sobre a importância das obras para evitar que a tragédia se repetisse.

O governo do Estado apontou a necessidade da construção de barragens, mas não apresentou os projetos a tempo de incluir os investimentos no Orçamento de 2011.