Falou em uma pescaria os adeptos pela arte já se lembram logo de inicio das minhocas que é eleita pelos pescadores como o melhor atrativo para atrair os peixes. Para o pescador obter as minhocas não é tão difícil, mas poucos conhecem a vida daquele que não tem tempo para pescar porque tem que providenciar o acessório tão importante para os pescadores, trata-se do “Minhoqueiro”.

Conheça agora um pouco da vida de dois extrativistas de minhocas, Rosalina da Silva 51 anos e Antonio Ferreira Lopes 57, mais conhecidos como Seu Antonio e dona Preta de Amandina/MS. Cansados de tanto trabalhar em fazendas e enfadados de tantas dificuldades, há mais de 20 anos eles decidiram mudar de atividades e escolheram esta “profissão” como meio de sobrevivência, uma luta diária que não tem horário, dia e condições climáticas.

Mal amanhece o dia e lá esta ele, Antonio, amarrando seu velho enxadão na garupa da bicicleta e pedalar por 25 quilômetros em busca de minhocas. Sol nas costas, calo nas mãos e suor no rosto farão parte da rotina de mais um dia, que só terminará com o pôr do sol.

São duas camadas de solo, a primeira é para retirar a vegetação, a segunda para tirar o “barro preto” como eles chamam, e só depois se tiver em dia de sorte, chegar às primeiras minhocas. Quantas dúzias, isso depende do local e da força do trabalhador, quinze, vinte ou trinta, não se refere a unidade e sim a dúzias, isto mesmo, as minhocas são vendidas por dúzia que no maximo conseguem um valor de R$ 3,00 cada dúzia.

Deste total, o “minhoqueiro” tem que computar as perdas como o chorinho que já faz parte do discurso do comprador. Com isso, uma dúzia deixa de ter 12 unidades e passa para 16 ou 17. Sem contar aquele que fala que paga na volta e nunca mais aparece.

Todo este sacrifício, segundo dona Preta, não rende mais que R$ 250,00 por mês. Antonio e Preta são um exemplo de trabalho, força e dedicação, nesta rotina de vida, eles alimentam e vestem mais seis pessoas na pequenina casa de apenas três cômodos, localizada numa ruazinha de chão no bairro batizado pelos próprios moradores como “inferninho”.

Aposentadoria

Agora que o casal deu entrada nos papéis para ver se conseguem os R$ 620,00 mensais cada um, “seria uma riqueza” afirma ela. Por um capricho da vida, eles só não conseguiram tirar os documentos para buscarem as respectivas aposentadorias, porque os calos das mãos não lhes permitiram tirar as digitais para a carteira de identidade e provarem que são trabalhadores.

É uma ironia ao pensar que os calos das mãos os impedem de provar que são trabalhadores. Enquanto isso, eles vão levando a vida, sorrindo e cantando, só interrompendo a melodia para perguntarem ao motorista do carro que estaciona em frente a sua casa: “quantas Dúzias vai hoje?”.

*Com informações do site Ivi Notícias.