Militar boliviano que capturou Che Guevara lhe disse que seria julgado

O general aposentado Gary Prado Salmón, o militar boliviano que comandou em 1967 a captura do argentino-cubano Ernesto Che Guevara, afirmou neste sábado que, um dia antes de sua execução, tinha dito ao guerrilheiro que ele seria julgado, conforme declarou por telefone à Agência Efe. Acrescentou que “era o lógico de esperar naquele momento” pois […]

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O general aposentado Gary Prado Salmón, o militar boliviano que comandou em 1967 a captura do argentino-cubano Ernesto Che Guevara, afirmou neste sábado que, um dia antes de sua execução, tinha dito ao guerrilheiro que ele seria julgado, conforme declarou por telefone à Agência Efe.

Acrescentou que “era o lógico de esperar naquele momento” pois todos os guerrilheiros que foram capturados então pelo Exército boliviano estavam sendo julgados no povoado de Camiri, na região oriental de Santa Cruz, e “não tinha havido nenhuma execução” até esse momento.

Em 8 de outubro de 1967, um pelotão militar ao comando do então capitão Gary capturou Che Guevara perto do povoado de Santa Cruz de La Higuera, onde um dia depois o revolucionário foi executado por um sargento boliviano.

Gary negou estar presente quando ocorreu a execução nem estava sabendo que o Exército planejava fazê-la.

“Quando retornei no dia seguinte (da conversa com “Che”) a La Higuera, já o tinham executado”, assinalou o militar.

Gary já tinha narrado este episódio em um livro, publicado em 1987, no entanto, suas declarações precisavam de nova vigência por causa da difusão recentemente de uma entrevista em que detalha a conversa que teve com o guerrilheiro antes da execução.

O vídeo de Gary se encontra na Videoteca Virtual de História da Bolívia que o Instituto Prisma inaugurou há algumas semanas e que também inclui entrevistas com outros “atores e testemunhas da vida pública boliviana”, segundo assinala sua página na internet.

Gary está deficiente e em cadeira de rodas desde 1981 devido a um tiro supostamente acidental de outro oficial no meio de uma operação.

O militar é um dos acusados de ser parte de um suposto complô em 2009 contra o presidente Evo Morales.

Desde então, não pode sair da Bolívia e está em prisão domiciliar, embora seja permitido ir para seu trabalho como professor universitário.

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