Militantes fazem ‘twitaço’ para defender ex-presidente Lula
Militantes de esquerda fizeram nesta sexta-feira um ‘twitaço’ em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O movimento, organizado pela União da Juventude Socialista (UJS), foi uma resposta dos correligionários às declarações do publicitário Marcos Valério, que acusa Lula de ter dado aval para empréstimos que alimentaram o mensalão. O ‘twitaço’ iniciou às 12h […]
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Militantes de esquerda fizeram nesta sexta-feira um ‘twitaço’ em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O movimento, organizado pela União da Juventude Socialista (UJS), foi uma resposta dos correligionários às declarações do publicitário Marcos Valério, que acusa Lula de ter dado aval para empréstimos que alimentaram o mensalão.
O ‘twitaço’ iniciou às 12h e a hashtag “#MexeuComLulaMexeuComigo” ficou por volta de uma hora entre os assuntos mais comentados do Twitter. Entre as personalidades petistas que aderiram ao movimento estava o presidente do PT, Rui Falcão, que escreveu: “Estamos atentos e mobilizados, nas redes e nas ruas, para defender as conquistas do povo brasileiro”.
O ex-ministro do Esporte Orlando Silva (PCdoB), também se manifestou na rede social. “Se bem conheço Luís Inácio, ele dará uma bela resposta, junto com o povo, aos provocadores e falsários, em 2014”.
Segundo a UJS, desde o início do julgamento do mensalão, “iniciou-se uma nova ofensiva contra o ex-presidente Lula e seu legado de transformações sociais profundas”. “O depoimento de Marcos Valério, estranhamente vazado da Procuradoria Geral, é consequência do desespero do empresário pela condenação que sofreu no STF”, diz nota no site da entidade.
No início da semana, o presidente do PT divulgou um vídeo no qual conclamava a militância para defender Lula. Rui Falcão também comentou as declarações de Marcos Valério, chamando-as de “sucessão de mentiras envelhecidas”. Para o petista, o publicitário é uma pessoa condenada e sem “nenhuma credibilidade”.
O ex-presidente foi alvo de denúncias do empresário Marcos Valério, que disse que Lula teria avalizado empréstimos e tido parte de suas despesas pessoais pagas com o dinheiro que abastecia o esquema de compra de votos de parlamentares durante seu governo. Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, o publicitário teria dado as declarações para a Procuradoria-Geral da República.
O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.
Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.
A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão. Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.
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