O evento pretende conscientizar motoristas e pedestres sobre o alto índice de acidentes registrado em Campo Grande

Pela paz no trânsito, ao menos cinco mil pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram da caminhada do “PARA” (Plano de Ação para Redução de Acidentes) na manhã desta quinta-feira (30), em Campo Grande. Estudantes e autoridades se concentraram na praça do Rádio Clube e em seguida prosseguiram pelas ruas centrais da cidade.

O evento ocorre desde 2004 e tem o objetivo de chamar a atenção de condutores e pedestres em relação às normas e regras previstas no Código de Trânsito Brasileiro.

A Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito) é quem organiza a passeata. No ano passado, dez mil pessoas percorreram as principais ruas do Centro de Campo Grande.

Cinquenta e seis entidades, sendo elas, escolas, associações de classe, autoescolas, clubes de serviço, órgãos e entidades do setor e a sociedade em geral participam do evento.

“É uma iniciativa que faz parte do eixo de prevenção do Estado, observando as leis de trânsito. Temos de mudar a cultura e retirar de circulação adolescentes sem CNH (Carteira Nacional de Hablitação) e motoristas embriagados sem responsabilidades, que resultam em morte e lesões corporais”, diz o secretário de Segurança Pública, Wantuir Jacini.

A passeata saiu da Praça do Rádio Clube, percorreu a Afonso Pena, 14 de Julho, Dom Aquino, 13 de Maio, Barão do Rio Branco, retornando ao mesmo local.

Escola que possui um projeto piloto no trânsito, o Oswaldo Tognini também prestigiou o evento. “Nosso trânsito está na UTI, os jovens que estão aqui são os condutores do amanhã. São eles quem irão dirigir enquanto eu, por exemplo, serei uma idosa atravessando a rua. Então eles tem de ter um olhar social no trânsito, respeitando sempre o outro”, diz a diretora da escola Regina Maria de Araújo.

“Na escola, aprendo sobre o trânsito e repasso o conhecimento aos meus pais, como por exemplo, não beber quando dirigir e respeitar o pedestre”, conta a estudante Maria Antonia Rondon de Oliveira Naegele , 15 anos.

A amiga de Maria Antonia, Lethicia Carvalho, 14 anos, diz que também cobra responsabilidade no trânsito de seu irmão mais velho. “Ando sempre com ele no carro, que já tem 19 anos. Falo para ele parar para o pedestre, distante a faixa, e também não falar ao celular”, diz a estudante.

De acordo com o tenente-coronel Alírio Villasanti o trânsito deve ser analisado em cinco pontos: educação, engenharia, fiscalização, primeiros socorros e punição.

“A principal causa de acidentes é o desrespeito a legislação. O excesso de velocidade é um grande fator de risco aliado a ingestão de álcool que infelizmente se transformou numa questão ‘cultural’ em Campo Grande”.

Escola de internos que já ganhou prêmios no trânsito também participou do evento

A Escola Evanilda Maria Neres Cavassa, que atende as Unei´s (Unidades Educacionais de Internação) de Campo Grande, também levou dez internos para participar da caminhada.

”Tudo isso que está acontecendo é algo pedagógico, que também faz parte da ressocialização dos alunos. Devemos transmitir a eles valores, como não dirigir antes de possuir a CNH e ter mais conscientização no trânsito”, diz a diretora da escola, Eliete Barros.