O Mercosul Social, formado por grupos da sociedade civil dos países do bloco, abriu os braços nesta terça-feira em Brasília aos movimentos sociais do Paraguai, país suspenso desde o último mês de junho e que não estará representado na cúpula de chefes de Estado da próxima sexta-feira.

“A presença destes movimentos sociais é uma prova que nada do que se fez prejudicou o povo paraguaio”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ao participar do ato de inauguração da reunião do Mercosul Social.

O ministro reiterou o “desejo” do Brasil que “se verifique o mais rápido possível a plena vigência da democracia no Paraguai e que esse país possa retornar ao Mercosul”, do qual foi suspenso após a cassação do agora ex-presidente Fernando Lugo.

Assim como elogiou a presença dos movimentos sociais do Paraguai, Patriota também celebrou a presença de grupos políticos da Venezuela, país que na cúpula semestral que será realizada na sexta em Brasília participará pela primeira vez como membro pleno do bloco.

A Venezuela contribui à real inclusão do norte do Brasil no Mercosul e também dá ao bloco uma saída ao Caribe que o conecta com o resto da América Latina, lembrou o chanceler brasileiro.

No ato também discursou a vice-ministra de Relações Exteriores da Venezuela para América Latina e Caribe, Verónica Guerrero, que sustentou que o Mercosul Social “é e deve ser a razão de ser do bloco”.

Perante cerca de mil pessoas reunidas no Museu Nacional, afirmou que, apesar de “a direita ter feito o impossível” para que seu país não entrasse no Mercosul, a “solidariedade” foi mais forte e “a Venezuela chegou para deixar sua marca revolucionária”.

A reunião do Mercosul Social é um dos diversos encontros prévios à cúpula que na próxima sexta-feira deverá reunir em Brasília os presidentes de Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela.

As conclusões deste evento dos movimentos sociais, da mesma forma que as de outros similares de grupos de mulheres, sindicatos e empresários, será entregues aos chefes de Estado e anexadas ao resto dos documentos que serão assinados durante a cúpula.