Médicos faltam rotineiramente em postos de saúde e prejudicam atendimento à população
Segundo a Coordenadora de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde, Gislaine Budid Poleto, ao levar um atestado médico a falta é justificada, mas não existe reserva técnica no município para repor as ausências nos postos de saúde.
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Segundo a Coordenadora de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde, Gislaine Budid Poleto, ao levar um atestado médico a falta é justificada, mas não existe reserva técnica no município para repor as ausências nos postos de saúde.
A falta de médicos nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de Campo Grande têm se tornado rotineira, conforme dizem os pacientes que freqüentam as unidades de a saúde da cidade. Para verificar a situação, a equipe de reportagem do Midiamax percorreu os postos com maior número de atendimentos e, consequentemente, maior número de reclamações no dia 22 de maio, última terça-feira.
Faltavam médicos na UPA do bairro Universitário, Aero Rancho, Coronel Antonino e Vila Almeida durante o plantão da tarde em três das quatro unidades percorridas. De acordo com a gerente do posto do Universitário, dos cinco médicos clínicos e quatro pediatras escalados, um pediatra faltou.
No posto do Aero Rancho, a gerente Gorethy Alves Pereira disse que não estava autorizada a passar a informação sobre médicos que teriam faltado ao plantão à imprensa, mas que os pacientes do posto estavam informados sobre as faltas.
A estudante Denise Ferreira, que esperava por atendimento, informou que uma enfermeira disse a todos que dos três médicos escalados, dois haviam faltado e apenas um estava trabalhando naquele dia. “Ela ainda disse para termos paciência, porque o atendimento ia demorar mesmo”, reclamou.
No posto da Vila Almeida, a gerente Patrícia Nantes disse que nenhum médico havia faltado naquele dia e que o atendimento estava em ordem. Já no posto da região do Coronel Antonino, constava na escala cinco médicos clínicos e cinco pediatras.
Com o posto lotado, o gerente Ivair Moura de Souza informou que ninguém havia faltado no dia, mas o entregador Divino Garcia, de 19 anos, informou que a enfermeira disse aos que esperavam que um médico clínico geral faltou o plantão.
Faltas recorrentes, mas justificadas
Para a Coordenadora de Urgência e Emergência, médica psiquiatra Gislaine Budib Poleto, o índice grande de atestados médicos é alto em todas as categorias.
“Se há o atestado médico, não há como homologar a falta ou cortar o ponto do servidor e todas as faltas até agora são justificadas pelos médicos por meio de atestados”, informou.
Sobre o alto registro de faltas em todos os postos, a coordenadora disse que as ausências são repassadas a ela oficialmente por meio de reuniões semanais com os gerentes das UPAs. Mesmo com atestado, o médico tem até uma hora antes do horário do seu plantão para comunicar à gerência do posto.
“Caso a gente perceba alta quantidade de atestados de um único médico, ele passa por junta médica do município e qualquer ato ilícito será devidamente punido . Além disso, encaminhamos o caso para o conselho de ética da categoria responsável, seja o servidor um médico, um enfermeiro ou um técnico, já que a irregularidade prejudica o atendimento ao público”.
Ela lembra que falta o respeito mútuo entre os servidores e os pacientes. “Como a gente tem que esperar na fila do banco, da lotérica, do ônibus, é preciso esperar nas UPAs. Sempre serão atendidos primeiramente os casos de urgência e emergência classificados pelos profissionais da saúde. É preciso ter paciência das duas partes.”, explicou.
Em relação às reclamações na qualidade do atendimento dos médicos e enfermeiros nas unidades, Gislaine Budib disse que os servidores da saúde passam por cursos, atendendo a Política Nacional de Humanização.
“É preciso trabalhar o estresse deste profissional. Um médico de plantão vê a fila enorme e se sente pressionado, com medo e mesmo assim tem que manter o controle”, afirma.
Número de médicos não é suficiente
Gislaine Budib afirma ainda que o número de médicos, apesar de ser grande em relação às outras cidades, ainda não é suficiente para atender a população e não gerar grandes esperas.
“São 353 médicos clínicos lotados para atender as nove unidades de urgência e emergência e 160 pediatras. Em Campo Grande, entre rede pública e privada, existem 250 pediatras. Apesar da maioria deles estar lotada no município, é preciso maior adesão para atender a população com qualidade. O município não tem, por exemplo, reserva técnica para repor um médico que falta ao plantão”, afirma.
O salário pago ao médico do município ainda não é muito atraente. “Um médico que trabalha 20 horas semanais ou é plantonista por 12 horas recebe R$ 2.100. Há ainda um adicional por produtividade, de mais R$ 1.000. Cada plantão diário de 12 horas vale mais R$ 700, mas ainda assim os médicos consideram um piso baixo”, conta.
Ela explica que o aumento exponencial nos atendimentos nas UPAs entre março e abril explica as grandes filas nos postos. “Foi um susto para a Sesau. Entre os meses de março e abril, surgiram mais 20 mil consultas nessas unidades por mês e verificamos que foi por conta dos aumentos de casos de pacientes com problemas respiratórios”.
No ano de 2011, foram realizadas 1.011.155 consultas somente nas UPAs. “Isso reflete a falta de informação da população. Grande parte desses atendimentos eram de classificação de risco azul, ou seja, as pessoas poderiam ter procurado uma das 57 Unidades Básicas de Saúde que ficam perto da casa delas e marcado uma consulta. Esta falta de orientação faz com que a população lote as 9 Unidades de Pronto Atendimento, que acabam sobrecarregadas”, explicou.
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