Médicos denunciam superlotação e limitam atendimento no Hospital da Vida
Cerca de 115 médicos do Hospital da Vida estão se mobilizando nesta terça-feira (22), para chamar a atenção do poder público em relação a crise instalada no Hospital da Vida. Intitulado “Dia de Alerta” a categoria denuncia a superlotação no Hospital e a falta de repasses condizentes com o número de atendimento prestado. Nesta terça-feira […]
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Cerca de 115 médicos do Hospital da Vida estão se mobilizando nesta terça-feira (22), para chamar a atenção do poder público em relação a crise instalada no Hospital da Vida. Intitulado “Dia de Alerta” a categoria denuncia a superlotação no Hospital e a falta de repasses condizentes com o número de atendimento prestado.
Nesta terça-feira (22), os atendimentos serão somente de urgência e emergência e os pacientes eletivos serão encaminhados para outras unidades de saúde como os PSFs. Moradores da região que não se encaixarem na situação de urgência e emergência não serão atendidos.
Os médicos vêm atendendo cerca de 40% a mais do que está pactuado com o município de Dourados em contrato. O problema é que os recursos repassados ao Hospital pelo município não suprem a demanda maior de atendimentos. Com isto, segundo os médicos, há cirurgias de altas e médias complexibilidades, vasculares entre outros atendimentos, cujos valores não são ressarcidos ao hospital.
Por causa disso, de acordo com os médicos, o Hospital Evangélico que gerencia o ‘da Vida’ sofre um déficit de R$ 780 mil para cobrir a despesa a um maior número de atendimentos aos pacientes do município. Levando em conta os 12 meses do ano, são R$ 9.360.000,00 em déficit.
De acordo com o diretor clínico do Hospital da Vida, o pediatra Luiz Carlos de Arruda Leme, os médicos estão preocupados com a qualidade do atendimento. Ele diz que o Hospital Evangélico vem acumulando milhões em dívidas para manter os serviços dirigidos a mais de pacientes, mês a mês. O problema, diz o médico, é que com o déficit o Hospital não pode investir no que realmente necessita como o aumento no número de leitos e mais equipamentos.
Conforme Arruda, o movimento é um alerta para que o município, estado e união busquem soluções para aumentar os repasses ao Hospital, que com o tempo poderá fechar as portas diante dos prejuízos. O dia de alerta poderá ser ampliado para dois e três, dependendo de uma resposta do poder público.
SUPERLOTAÇÃO
No ano passado, o Hospital estava com 100% de ocupação dos leitos em praticamente todos os dias de atendimento. Na época, o Conselho Municipal de Saúde constatou que apesar do Hospital da Vida ser uma unidade de atendimento de urgência, acaba desviando sua função para manter internados pacientes que não conseguem atendimento em outras unidades básicas de saúde. Enquanto isto, muitos são atendidos de forma improvisada.
Na época a direção do Hospital explicou que as internações aconteciam porque, com a demanda alta, não se encontram vagas solicitadas em outros hospitais conveniados com este tipo de atendimento. Na época eram 6,5 mil atendimentos mensais. Arruda diz que do ano passado para cá a situação está praticamente a mesma em relação as superlotação. A redação tentou contato com a secretária de Saúde, Sílvia Bosso, mas sem êxito.
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