Elly Martins Mdeiros, de 25 anos, estava com o parto marcado para o último dia 3, data limite para que ela ficasse com o bebê na barriga, conforme o pré-natal. Desde então, a família dela relata que a jovem procura a maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande, para ter o bebê e é liberada. Nesta manhã (11), o médico realizou um ultrassom antes do parto e descobriu que o bebê estava morto com parada cardíaca.

Os pais de Elly e o marido dela, Luciano da Rosa Severino, estão registrando um boletim de ocorrência para apurar a série de erros presenciados nos últimos dias.

De acordo com Sandra Martins, mãe de Elly, a filha estava com 40 semanas de gestação e teria que ter o bebê no dia 3 de outubro. “Os médicos que a atenderam na maternidade sempre diziam que ela tinha mais duas semanas com folga para esperar pelo parto, mas Elly sentia dores de cólica e estava chorosa já com a situação”, relata a mãe.

“Marcaram, pela última vez, o parto para um dia depois das eleições. Na segunda-feira (08) viemos à maternidade e o médico disse que ela podia esperar sentir as dores do parto para tentar ter o bebê de parto normal”.

Porém , a avó da criança relata que o bebê estava atravessado na placenta e não teria tempo de virar para que ela tivesse parto normal. “Os médicos sabiam disso, mas não davam nenhuma resposta. Ontem [10] voltamos ao hospital à noite porque minha filha sentia dores mas o médico falou que dava para esperar hoje de manhã e marcou o parto”.

Ela relata que a família foi ao hospital nesta manhã com tudo pronto para que Elly entrasse na sala de parto, mas antes o médico Wilson Sami realizou um ultrassom e começou a chorar, relatando que o bebê estava morto com parada cardíaca.

“Ele não fez o pré-natal, só faria o parto hoje e ficou muito triste com a situação”, conta a mãe.

Diabetes gestacional

O marido de Elly, Luciano da Rosa Severino, reclama da falta de diagnóstico da diabetes gestacional da mulher. “Hoje de manhã fomos informados de que ela tinha diabetes gestacional. Ela fez o pré-natal corretamente no posto de saúde do bairro Nova Lima e a médica, Cínthia, não a informou disso por que?”.

Ele relata a falta de zelo com a gestante. “Parecer preguiça de todo mundo. Ela podia ter tido o neném ontem à noite mesmo, mas mandaram voltar de manhã. Ontem a criança ainda estava viva. Ninguém nunca vai saber da dor que a gente está sentindo. Ter um bebê saudável de nove meses na barriga da minha mulher e ver ele morrer assim, sem explicação”, conta.

Necropsia

O pai de Elly, Joari Medeiros, relata que a maternidade cobrou pelo exame de necropsia na criança. “Para investigar a causa da morte pedimos uma necrospia no bebê e o hospital te a coragem de cobrar ‘ R$ 400 por quilo da criança’, é monstruoso isso”, desabafou.

Outra reclamação é de que o bebê, além de estar atravessado no útero, tinha 4 quilos e 400 gramas, que seria grande demais para um parto normal. “Ou seja, não havia motivo nenhum para adiarem tanto o parto”, finalizou Sandra.

O secretário municipal de saúde, Leandro Mazina, disse que não há como dizer se o município vai abrir sindicância para apurar o caso porque não foi notificado oficialmente ainda sobre a situação.