Mal planejamento e altos encargos tributários estão entre os principais motivos de fechamento de muitas delas

Mato Grosso do Sul registrou abertura de 4.466 empresas até o mês de julho deste ano. O número é 1,3% inferior ao mesmo período de 2011, quando foram registradas a abertura de 4.527 empresas, conforme apontam dados fornecidos pela Jucems (Junta Comercial do Estado do Mato Grosso do Sul). Até julho deste ano, 1.115 fecharam as portas.

Para o presidente da entidade, o economista Wagner Bertoli, estes números não representam o desaquecimento da economia. “Não podemos falar em crise, pois o mercado está bastante regular. A diminuição de aberturas de empresas em um mês é compensada pelo aumento em outros.”, explica.

Em todo o ano de 2011 foram constituídas 7.647 empresas no Estado. O setor do comércio engloba o maior número de firmas, com 3.790. O setor de serviços responde por 2.678 empresas, enquanto a indústria, 1.179.

Segundo a Junta Comercial, o Estado possui 138.850 empresas ativas. Campo Grande lidera o ranking, com 57.792, seguida por Dourados, com 11.341; Três Lagoas, 6.087; Corumbá, 4.161 e Ponta Porã 3.482.

Microempreendedores

Em 2011, MS registrou 31.807 empreendedores individuais. Até março deste ano, 4.925 novos microempreendimentos foram legalizados.

Conforme o presidente entidade, o número de microempreendedores puxa para baixo a quantidade efetiva de empresas, porém retira da informalidade um grande número de pessoas. “Os microempreendedores são as pessoas que saíram da informalidade e registram ganhos de até R$ 60 mil por ano. Ele é beneficiado pela baixa carga tributária, podendo recolher até R$ 60 em impostos por mês e ainda assim possui CNPJ, pode contratar funcionários e passa a emitir nota fiscal.”, explica.

Caso o microempreendedor ultrapasse o valor estipulado pelo fisco, ele passa a ser qualificado como microempresa, assumindo um novo tratamento tributário.

Fechamento

Em 2011, o Estado contabilizou a extinção de 2.057 empresas. Até julho deste ano, 1.115 fecharam as portas.

Para Wagner Bertoli, os principais motivos de fechamento de empresas são: o planejamento mal feito para constituir um negócio; o desconhecimento de encargos tributários e sociais e o recolhimento de impostos.

“Muitos empreendedores não estão devidamente preparados para assumir um negócio e se baseiam apenas na rentabilidade, desprezando estes fatores.”, aponta. “Às vezes, uma pessoa que vende bastante enquanto informal, depois que regulariza sua empresa e passa a se tornar um pequeno empreendedor, acaba falindo devido aos encargos que não foram contabilizados quando se pensou em abrir esta empresa.”.

O economista explica também que um cadastro informatizado está sendo criado para que os órgãos de justiça e de defesa do consumidor tenham acesso a dados das empresas, facilitando a investigação e diminuindo a morosidade dos processos.