Marina Silva diz que debate na Rio+20 ignorou ONU e a ciência
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva afirmou nesta sexta-feira que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20 “ignorou as recomendações dos cientistas e da ONU” sobre clima, biodiversidade, desertificação e “outros problemas graves” como a contaminação de recursos hídricos. Marina, terceira colocada na eleição presidencial de 2010, disse que …
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A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva afirmou nesta sexta-feira que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20 “ignorou as recomendações dos cientistas e da ONU” sobre clima, biodiversidade, desertificação e “outros problemas graves” como a contaminação de recursos hídricos.
Marina, terceira colocada na eleição presidencial de 2010, disse que os líderes políticos “conseguiram excluir a ciência do debate” e que o documento que preparam para a Rio+20, que começa em 12 dias, “manteve o problema de separar ecologia e economia, quando é preciso integrá-las”.
A política expressou, em entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros no Rio, o “temor de que após a conferência o tema ambiental fique fora da lista”. “A crise econômica absorveu os esforços da Europa, e os Estados Unidos também não têm uma agenda forte para o meio ambiente. O Brasil, como anfitrião, tem uma grande responsabilidade”, afirmou a líder ambientalista.
Marina disse que os países de “economia média”, entre os quais incluiu Brasil, China, Índia, México e África do Sul, são os que precisam liderar a cúpula e não “cometer os mesmos erros dos países desenvolvidos” em política ambiental.
A também ex-senadora elogiou a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20, e disse que a reunião da sociedade civil “é boa porque está denunciando a incoerência da cúpula de economia sustentável ter tirado o meio ambiente da discussão”.
Por outro lado, destacou que o Brasil tem “as melhores condições para liderar uma mudança de paradigmas”, mas que o governo Dilma Rousseff, com o novo Código Florestal, não é mais do que “um grave retrocesso”. “Ela ainda está no começo do mandato e pode corrigir seu rumo”, disse Marina, que criticou o Código Florestal sancionado há duas semanas por Dilma com vetos a vários artigos.
“Não tem lógica que quem destruiu a floresta amazônica agora seja anistiado e tenha sua terra revalorizada, enquanto o que cumpria a lei não recebe nenhum incentivo”, manifestou. A Rio+20 reunirá pelo menos cem chefes de Estado e de governo e delegações de mais 170 países entre os dias 20 e 22 de junho – os eventos paralelos começam no dia 13.
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