Evandro José Barbosa Fernandes, 34 anos, se apresentou na manhã dessa sexta-feira (23), ao delegado Marcos Custódio, da 3ª delegacia , que fica no bairro Carandá Bosque, em Campo Grande. Ele é autor confesso dos golpes de faca contra a professora Zilca Fernandes Marques, de 46 anos. Ela foi encontrada morta na chácara que morava com o autor, na região do Parque dos Poderes.

O autor confesso do crime foi acompanhado de um advogado providenciado por sua família. De acordo com o delegado Marcos Custódio, Evandro alegou que golpeou a companheira depois que ela o flagrou pela quarta vez, nos seis meses em que eles conviveram juntos, usando entorpecente.

Além disso, o rapaz alega que estava sob efeito de sibutramina (emagrecedor proibido no Brasil), mas que ele e Zilca compraram no Paraguai e estavam fazendo uso há 20 dias. O medicamento, entre outros efeitos, provoca irritabilidade e disfunções no sistema nervoso central.

Durante o depoimento, Evandro disse que Zilca foi morta por volta das 19h de segunda-feira. Naquele dia, os dois almoçaram junto com os pais dele e depois foram para a casa deles. Ela pediu pra que ele a levasse a um salão de beleza. Segundo Evandro, depois de deixá-la no local, ele foi até o centro da cidade e comprou pasta base de cocaína. Retornou, pegou a esposa e os dois foram para sua residência.

Conforme o delegado, Evandro disse que às 15h daquele dia Zilca tinha uma reunião de trabalho. Quando ela saiu, Evandro disse que começou a fumar a pasta base comprada naquele dia. A reunião da professora foi cancelada e então ela voltou para casa meia hora, flagrando o companheiro usando a droga.

No depoimento, Evandro disse que Zilca e ele começaram a discutir e ela disse que não queria mais conviver maritalmente com ele, já que o havia flagrado três vezes anteriormente usando drogas e que não deixou o vício neste período. O rapaz afirma que depois de longa discussão saiu correndo em direção a um matagal e lá permaneceu até por volta das 18h30, fazendo uso do restante da droga.

Na volta para casa, já sob efeito do entorpecente, Evandro disse ao delegado que tentou entrar , mas Zilca o impediu, dizendo que não o aceitaria mais naquela casa. Pouco tempo depois, ela abriu uma das portas pra jogar água nas plantas e foi este o momento em que ele aproveitou para entrar empurrando a porta. Nova discussão começou, desta vez mais acalorada, conforme o autor.

Durante a discussão, Evandro afirma que pegou uma faca, mas que não se lembra de ter golpeado por 12 vezes a professora. Diz que quando ‘acordou’ do efeito da droga estava sentado no sofá com o corpo caído no chão e imaginou que Zilca tivesse cometido suicídio, conforme sua alegação perante a autoridade policial.

Evandro conta que foi até o quarto jogou as roupas no chão, revirou colchão, tomou banho, trocou de roupa e com o carro da vítima foi até o centro e comprou mais droga. De acordo com ele, usou entorpecentes até a manhã desta sexta-feira. Ele ligou para a família e pediu um advogado para se apresentar à polícia.

Evandro foi ouvido e liberado, mas o delegado ressalta que isto não significa que vai ficar solto até o julgamento. Um pedido de prisão preventiva pode ser pedido a qualquer momento.