O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira (4) que não haverá aumento nos preços da gasolina, ao ser questionado se o governo já havia tomado essa decisão. O ministro não especificou até quando o preço do combustível deve ser mantido. Há duas semanas, Mantega tinha dito que o reajuste aconteceria “no momento certo”.

Segundo ele, a Petrobras não solicitou reajuste dos preços.

A declaração foi feita pelo ministro em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde explicou a proposta do governo de unificar o o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) entre os Estados.

Um aumento no preço da gasolina seria benéfico para o caixa da Petrobras, que vem amargando prejuízos na área de abastecimento. A estatal importa combustível do exterior por preços mais altos do que revende no mercado interno porque o governo, controlador da Petrobras, não permite o repasse da instabilidade dos preços do petróleo para os combustíveis. A estatal tem importado volumes crescentes de combustíveis para atender ao mercado interno.

O aumento também seria fundamental para que a empresa cumpra seu plano de investimento de US$ 236 bilhões no período de cinco anos, segundo afirmações recentes da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster.

Gasolina subiu em junho, mas alta não chegou ao consumidor

No final de junho, a Petrobras anunciou um reajuste de 7,83% nos preços da gasolina e de 3,94% no do diesel. Em seguida, o governo zerou tributos sobre os combustíveis, para evitar que o aumento chegasse às distribuidoras e aos consumidores. O Ministério da Fazenda divulgou uma nota anunciando que zerou a alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) incidente na venda da gasolina e do óleo diesel.

O reajuste da Petrobras passou a ser válido nas refinarias a partir de 25 de junho, e considerou os preços da gasolina e do diesel sem os tributos federais Cide e PIS/Cofins, nem o tributo estadual ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).