Mais de 100 mil pessoas participaram de uma manifestação neste sábado (21) para mostrar seu apoio ao governo da Hungria, que se prepara para enfrentar uma dura disputa com a UE (União Europeia) para garantir um empréstimo vital para o país.

Chamada de “Marcha da Paz”, a manifestação foi sem dúvida a maior desde que o governo assumiu o poder, em maio de 2010. Para especialistas, a manifestação representou um lembrete que o Fidesz, partido do primeiro-ministro Viktor Orban, continua sendo uma força política poderosa.

O governo de centro-direita de Orban, acusado por Bruxelas de ameaçar a independência da mídia, do judiciário e do , recuou durante a semana, para tentar sustentar o enfraquecido forint – a moeda húngara – e manter o acesso aos mercados financeiros.

O governo disse que vai resolver os detalhes para as mudanças legais necessárias até segunda-feira (23), depois que a Comissão Europeia apontou violações nas três áreas, dizendo que as novas leis de Budapeste não respeitaram as regras da UE.

Orban vai viajar para Bruxelas na terça-feira (24) para tentar chegar a um acordo político com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, para poder começar as negociações formais com a UE e o FMI (Fundo Monetário Internacional), sobre um acordo para um empréstimo.

Em meio às discussões diplomáticas e oscilações de mercado, o governo também viu o apoio popular diminuir e grandes manifestações contra a sua política têm acontecido regularmente.

De acordo com uma pesquisa de opinião recente, 84% da população pensa que as coisas estão indo na direção errada, embora a oposição esteja fragmentada e o Fidesz ainda tenha o apoio de cerca de 1,5 milhões de eleitores, num país com 10 milhões.

A Bela Petrik, de 22 anos, resumiu o sentimento, enquanto as pessoas se reuniam na Praça Heróis para uma manifestação em direção ao parlamento em Budapeste.

– Aqueles que estão aqui, muitos de nós, também pensam que as coisas não estão indo bem. Mas esses erros não devem levar a ataques especulativos que não servem aos interesses de ninguém, a não ser aos dos especuladores.