Major suspeito de agressão se defende a versão de médico da Santa Casa

Em resposta a matéria publicada na tarde de ontem (4), intitulada “Polícia apura possível agressão de oficial dos Bombeiros a médico da Santa Casa”, o major Marcelo Olassar Ramires, 38 anos, atual comandante do CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças), do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, enviou um comunicado […]

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Em resposta a matéria publicada na tarde de ontem (4), intitulada “Polícia apura possível agressão de oficial dos Bombeiros a médico da Santa Casa”, o major Marcelo Olassar Ramires, 38 anos, atual comandante do CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças), do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, enviou um comunicado ao jornal eletrônico Midiamax, com a sua versão da história.

Veja na íntegra: “Na tarde deste último sábado (2), dei entrada no Prontomed, em virtude de um grave ferimento no músculo do braço (tríceps) esquerdo, provocado por uma queda em cima de um móvel de vidro, com intenso sangramento, isto tudo por volta de meio dia. Depois de ser atendido pelo médico plantonista do local, este, pela gravidade do ferimento, e pela pressão arterial elevada (170mmHg / 110mmhg) requisitou a presença de uma médica vascular (Dra. Samira) para que pudesse avaliar a real extensão dos danos provocados pela lesão.

Após esta avaliação fui encaminhado para o setor de ortopedia, ainda com muito sangramento e fui atendido, cerca de 20 minutos depois pelo Dr. Aurélio, sendo que este, tão logo viu a gravidade do ferimento, determinou a realização de um raio-X, para posterior cirurgia, pois se tratava de grande lesão.

Após fazer o procedimento, uns 40 minutos depois, retornei ao setor de ortopedia, sempre acompanhado de meu cunhado, Sr. Rosalvo, e ainda com muito sangramento, já sentindo claramente os sintomas de um quadro de Choque Hipovolêmico, pela evolução, pois sou especialista em Resgate e sei como o quadro evolui e eu já estava praticamente há duas horas e meia dentro do hospital e nada tinha sido feito para resolver minha situação, ao menos no tempo desejável pra este tipo de emergência.

Como havia mencionado, ao retornar com o resultado do Raio-X para entregar ao Dr. Aurélio, no setor de Gesso desse departamento, interpelei aos enfermeiros e auxiliares que estavam na sala sobre a presença do médico, já com certa preocupação com a evolução clínica de meu quadro, e estes me responderam que o Dr. Aurélio não estava na sala.

Neste intante, meu cunhado perguntou a um cidadão que estava de branco na sala, mas que em nenhum momento se prontificou a esclarecer nada, e que mais tarde vim saber que se tratava de um “médico” que ali estava, mas omitiu-se diante da gravidade de meu quadro e, mais ainda, quando perguntado pelo meu cunhado o que poderia ser feito para resolver o meu problema, este dito “médico”, de nome André Luis de Souza Grava, ortopedista, virou as costas para ele (meu cunhado) e na presença de outros pacientes (que se propuseram a testemunhar a meu favor se fosse o caso), ironicamente e em voz alta, para que eu ouvisse, inclusive, o seguinte:

“ Não sei nada deste paciente, só sei que ele está dando trabalho, e pra falar a verdade, não quero saber nada que tenha a ver com ele”. Dito estas palavras, considerando a gravidade de minha situação e a absoluta falta de ética médica e zelo profissional, e já acometido pela própria debilidade causado pelo meu ferimento (que continuava a sangrar em grande quantidade), e já um tanto abalado emocionalmente, avancei sobre o médico e tentei desferir um tapa em sua cabeça, que nem me lembro se acertei, mas como minha mão estava manchada de sangue de tanto comprimir o curativo, acabou respingando em seu rosto.

Tamanha foi a desfaçatez desse cidadão que ele apenas dizia que não sabia de nada, pois naquele momento deve ter percebido o que tinha feito. Neste momento, como esperado, pelos protocolos do hospital, chamaram logo a segurança do hospital e entre estes, dois jovens guardas municipais que nem me recordo o nome, mas que certamente não tinham o menor discernimento para avaliar qualquer coisa, pois cogitaram querer me levar para a delegacia de polícia, juntamente com o médico para que pudéssemos apresentar queixas recíprocas.

Diante daquela situação Surreal, tive que lembrar aos jovens guardas, que eu era um paciente grave e que era inconcebível o que eles estavam querendo fazer. Tive que lembrá-los de que, além de paciente, eu era major do Corpo de Bombeiros e, portanto, um cidadão ciente dos meus direitos, inclusive como conhecedor de matéria de natureza penal, pois a determinação desses guardas de quererem me conduzir para uma delegacia de polícia poria, certamente, minha vida em risco.

Daí minha firmeza com eles, mas sem jamais desrespeitá-los, porém convicto de que até prendê-los eu mandaria se fosse para preservar a minha vida ou de qualquer outra pessoa em situação parecida. Prenderia até mesmo o médico se eu estivesse em condições de fazê-lo, com a mais absoluta convicção pelo tipo de tratamento a mim dispensado naquele momento.

Retornando aos fatos, diante da grande confusão instalada, chegou o Dr. Aurélio, que prontamente me conduziu a sua sala, me dizendo que não concordava com aquilo que tinha acontecido e que era para eu relevar tudo aquilo e que eu, naquele momento era um doente, um paciente que necessitava de encaminhamento urgente para sala de cirurgia. Feito isto, retornei à sala de Gesso e neste instante o tratamento mudou significativamente, onde vários profissionais que ali anteriormente estavam mas que por falta de orientação médica não interviram como deveriam, agora trocavam cuidadosamente meu curativo já todo ensanguentado e me encaminharam novamente para o Prontomed antes de eu subir para a cirurgia.

Já se passavam das 15 horas (Acreditem, cheguei ao meio dia!!). Neste local, uma vez mais trocaram meus curativos devido ao intenso sangramento (acho que devo ter muito sangue!!) pois já estava Há cerca de três horas com o ferimento desse jeito. Enquanto estava na sala sendo preparado para subir ao centro cirúrgico, liguei para um médico amigo meu e expliquei rapidamente meu quadro e expus minha preocupação quanto ao tempo decorrido e os danos que já começava a sentir no meu quadro clínico (tontura, leve cefaleia, tremor, pele fria e zumbido nos ouvidos), sendo que este médico me disse que já ia ligar para o responsável pelo centro cirúrgico e que era pra eu ficar tranquilo.

Dito isto, em 10 minutos me levaram para a sala de cirurgia, aferiram novamente minha pressão sanguínea (170 x 111 mm Hg), portanto, ainda bem alta. Depois de operado, por volta das 17 horas, fui encaminhado para a sala de recuperação e posteriormente a um apartamento onde fui muito bem atendido. Só para constar, segundo meu cunhado, minutos antes do acontecido, o tal médico André Luiz de Souza Grava, ao ser interpelado por um paciente, bastante humilde, se naquele setor eles forneciam remédio, este rispidamente respondeu:

“O senhor está num hospital particular dentro da Santa casa, isto aqui não é farmácia, muito menos laboratório!!!” Já em recuperação no meu apartamento, ao comentar o ocorrido com uma enfermeira do setor, mesmo sem eu dizer o nome do médico envolvido, ela de pronto calculou que fosse o tal André Luiz, pois ele está acostumado a tratar os pacientes assim, sendo ela mesma vítima de ameaças deste mau profissional.

Evidentemente, tão logo esteja melhor, tratarei este assunto com a devida atenção, e interpelarei nas esferas cíveis, penais e administrativas, este médico que, preliminarmente, me parece ser um equívoco em tão distinta profissão.

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