Mais de 4 mil prometem ‘morte virtual’ no Facebook em apoio aos índios de MS
‘Facebookcídio’ está marcado para as 21 horas desta sexta-feira (2). Protesto quer chamar atenção para situação dos guarani-kaiowá que aguardam demarcações em Mato Grosso do Sul.
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‘Facebookcídio’ está marcado para as 21 horas desta sexta-feira (2). Protesto quer chamar atenção para situação dos guarani-kaiowá que aguardam demarcações em Mato Grosso do Sul.
A situação dos índios guarani-kaiowá que vivem em Mato Grosso do Sul promete causar um ‘facebookcídio coletivo’ nesta sexta-feira (2). Até o momento, mais de quatro mil usuários do Facebook prometem ‘morrer’ nas redes sociais em apoio à causa indígena.
Os manifestantes podem reativar os perfis no Facebook depois do protesto virtual, que já reúne mais de 85 mil convidados.
Morte real
Relatórios oficiais mostram que os índios sul-mato-grossenses são as principais vítimas de violência contra povos indígenas no Brasil. Entre 2003 e 2011, foram 279 assassinatos em MS, enquanto todo o resto do país registrou 224 casos.
O estado também se destaca pelo número de suicídios entre indígenas e mortes por desnutrição infantil. Os guarani-kaiowá vivem em condições subumanas enquanto aguardam a demarcação de terras consideradas indígenas mas ocupadas por fazendas legalmente instaladas.
De agosto para cá, lideranças indígenas passaram a organizar a ‘retomada’ de algumas áreas e houve conflitos com os donos das fazendas, que tratam as ações como invasões, pois possuem escrituras das terras emitidas pelo próprio Governo Federal.
Facebookcídio
A ideia de uma ‘morte virtual coletiva’ surgiu após a repercussão nas redes sociais de uma carta dos guarani sul-mato-grossenses pedindo ao Governo Federal e à Justiça que, ao invés de determinar o despejo deles, fosse determinada a extinção da aldeia.
Os índios avisaram que decidiram morrer na terra onde os ancestrais viveram, e muitos interpretaram o documento como uma ameaça de suicídio coletivo. Os próprios guarani explicaram que apenas avisaram não ter mais forças para deixar a terra ocupada enquanto aguardam a decisão da Justiça.
Facebookcídio
Agora, no Facebook, a proposta dos organizadores da ‘Morte Virtual Coletiva’ é apoiar os guarani-kaiowá na luta pela demarcação das terras já declaradas indígenas em Mato Grosso do Sul. “Somos pessoas de todos os cantos do Brasil e do mundo, com um objetivo comum, chamar a atenção para a situação alarmante dos Guarani-Kaiowá”, explicam na página do evento.
“É uma espécie de performance online, uma “morte simbólica” anunciada”. Para participar, basta desativar a conta no Facebook no dia 2 de novembro, às 21 horas, no horário de Brasília. A partir das 19 horas, os organizadores da mobilização prometem ficar online, trocando informações e ajudando quem quiser participar.
“Vamos fazer uma contagem regressiva e morrer pela causa Guarani-Kaiowá, isto é, vamos desativas nossas contas do Facebook como forma de protesto”, avisam.
Segundo a organização, após o protesto cada um decide se voltará ou não a usar o Facebook. E ‘ressuscitar’ na rede social não é algo difícil: basta desativar a conta, e não excluir o perfil. “Assim podemos voltar depois. Para desativar, basta seguir os comandos Configurações de Conta >> Segurança >> opção Desativar sua conta >> selecione e/ou descreva o motivo da sua saída >> Confirmar”.
Para reativar uma conta desativada no Facebook, basta fazer login normalmente com o e-mail e senha antigos. Em seguida, o usuário será encaminhado para um link de reativação.
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