A empresa de telecomunicações mexicana América Móvil teve alta nas vendas e no fluxo de caixa operacional durante o segundo trimestre, mas os impactos cambiais pressionaram os ganhos da companhia.

A companhia controlada pelo bilionário Carlos Slim registrou lucro de 13,3 bilhões de pesos mexicanos, o equivalente a 17 centavos de pesos mexicanos por ação ou US$ 0,26 pelo recibo do papel nos Estados Unidos (ADR, na sigla em inglês). O resultado é 45,5% inferior aos 24,3 bilhões de pesos mexicanos obtidos no mesmo período do ano anterior.

Os custos financeiros de 17,2 bilhões de pesos mexicanos foram o principal motivo para a queda dos ganhos. As perdas cambiais somaram 16,1 bilhões de pesos mexicanos, por conta da desvalorização de muitas moedas da América Latina.

A receita no trimestre avançou 9,3% na comparação anual, para 191,7 bilhões de pesos mexicanos, ou US$ 14,2 bilhões, impulsionada pela adição de 5,9 milhões de assinantes sem fio e 1,7 milhão de assinantes para serviços de linha fixa, que incluem televisão paga e internet banda larga. A receita de wireless avançou 14% na comparação anual, enquanto na linha fixa a alta foi de 1,7%.

O fluxo de caixa medido pelos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ou Ebtida, subiu 3,1% em relação ao ano anterior, para 65,5 milhões de pesos mexicanos.

A receita ficou em linha com as expectativas, enquanto o Ebitda e lucro líquido vieram abaixo do consenso. A média de estimativas de sete analistas consultados pela Dow Jones projetou receitas de 191,7 bilhões de pesos mexicanos, Ebitda de 66,45 bilhões de pesos mexicanos e lucro líquido de 19,48 bilhões de pesos mexicanos.

A companhia adicionou 1,4 milhão de assinantes no México e Brasil, cada um, e 1,2 milhão nos Estados Unidos, o que inclui 1,1 milhão após a aquisição da Simple Mobile. A empresa terminou o trimestre com 251,8 milhões de assinantes sem fio e 61,2 milhões de acessos a linha fixa.

Os custos com equipamentos aumentaram duas vezes mais rápido que as receitas, refletindo em parte a depreciação da moeda em relação ao dólar e o aumento dos subsídios pós-pagos associados a venda de smartphones, disse a empresa.

A companhia frisou que a América Latina continua a ser sua principal prioridade.