Loja online de drogas leva 8 para a cadeia nos EUA e na Europa

Uma operação internacional prendeu oito pessoas nesta segunda-feira por estarem ligadas a uma loja online de drogas. O site The Farmer’s Market (O Mercado do Fazendeiro, em tradução livre) teria entregado LSD, ecstasy e maconha, entre outras substâncias, a três mil clientes em todos os 50 estados americanos, além de em 33 outros países. O […]

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Uma operação internacional prendeu oito pessoas nesta segunda-feira por estarem ligadas a uma loja online de drogas. O site The Farmer’s Market (O Mercado do Fazendeiro, em tradução livre) teria entregado LSD, ecstasy e maconha, entre outras substâncias, a três mil clientes em todos os 50 estados americanos, além de em 33 outros países.

O relatório da investigação afirma que foram mais de cinco mil pedidos atendidos entre janeiro de 2007 e outubro de 2009, gerando um lucro de US$ 1 milhão. Os donos do site intermediavam a comunicação entre os compradores e os traficantes, bem como recebiam e repassavam os pagamentos – via PayPal, Western Union e até em dinheiro -, ficando com um percentual de comissão.

O texto afirma que os oito presos também “ofereciam todo o tipo de suprimentos e garantiam a entrega das drogas”. Segundo o documento divulgado pelos investigadores, um oficial conseguiu se infiltrar e comprar 30 gramas de LSD por US$ 2.160.

Sem dar detalhes de como foi a operação ou como conseguiram rastrear o dinheiro, autoridades informaram que “inicialmente os operadores usavam o Hushmail para todas as comunicações e pedidos”, e mais tarde menciona debates entre os réus “usando linguagens codificadas em comunicações via e-mail”.

O Hushmail, serviço canadense de encriptação de mensagens, jamais forneceria detalhes das mensagens às autoridades, segundo um e-mail de um dos acusados a um dos gerentes do site, de acordo com o próprio relatório.

 Apesar da suposta crença na segurança do Hushmail, em janeiro de 2010 o Mercado do Fazendeiro mudou-se para a TOR (The Onion Router), rede que dificulta o rastreamento de conexões a sites “embaralhando” a origem e o destino de uma navegação entre seus usuários (um site da rede só é acessível através dela).

O e-mail dos administradores aos clientes informava sobre a mudança de nome – antes, o site chamava-se Adamflowers – e sobre as vantagens em segurança, gerenciamento de inventário, menus com as drogas disponíveis e pagamentos únicos para produtos solicitados de diferentes fornecedores.

Os acusados O holandês Marc Willems e o americano Michel Evron, ambos de 42 anos, foram presos com ajuda das polícias locais em suas casas na Holanda e no estado de Columbia, nos Estados Unidos.

Apontados como “organizadores, supervisores e gerentes” da loja virtual de drogas, eles são acusados de “participar reiteradamente de um empreendimento criminoso”, crime punido com sentença mínima de 20 anos e máxima de prisão perpétua.

Além disso, ao lado de Ryan Rawls (31 anos) e Jonathan e Brian Colbeck (51 e 47 anos), são acusados de distribuição de LSD, também com prisão perpétua como sentença máxima. Os três últimos homens foram presos em suas casas nos estados americanos de Georgia, Iowa e Michigan.

Eles são acusados, com Jonathan Dugan (27 anos, de Nova York), George Matzek (20 anos, de Nova Jersey) e Charles Bigras (37 anos, da Flórida) de lavagem de dinheiro – pena máxima de 20 anos de cadeia – e conspiração para distribuição de substâncias controladas – pena máxima de prisão perpétua.

Outras sete pessoas foram presas, duas na Holanda e cinco nos EUA, como parte da operação. Nela, “foram apreendidas também substâncias identificadas como haxixe, LSD e ecstasy, além de criações indoor de cogumelos alucinógenos e de maconha”, segundo a nota do promotor Andre Birotte Jr., que cuida do caso.

Antecedentes

No ano passado, outra rede de venda de drogas, a Silk Road, foi denunciada pelo Gawker, em caso que chamou a atenção do congresso americano. A loja online oferecia cocaína, heroína e ecstasy, entre outros entorpecentes, e aceitava BitCoins, uma moeda virtual, como método de pagamento. O site também usava a rede TOR para garantir seu anonimato e segurança.

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