Liderança guarani caiuá é atropelada em Rio Brilhante

O líder guarani caiuá, José Barbosa de Almeida, mais conhecido como Zezinho, foi atropelado na manhã desta terça-feira, 25, na BR 163, em um trevo de acesso a cidade de Rio Brilhante. O indígena estava de bicicleta e teria sido atropelado por uma ambulância que vinha de Juti para Campo Grande. Zezinho é um dos […]

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O líder guarani caiuá, José Barbosa de Almeida, mais conhecido como Zezinho, foi atropelado na manhã desta terça-feira, 25, na BR 163, em um trevo de acesso a cidade de Rio Brilhante.

O indígena estava de bicicleta e teria sido atropelado por uma ambulância que vinha de Juti para Campo Grande. Zezinho é um dos líderes do tekhora de Nhanderu laranjeira, que está em disputa com fazendeiros na região de Rio Brilhante.

O MPF de Dourados ficou de investigar as circunstâncias do atropelamento, visto que o líder já havia sido ameaçado de morte várias vezes. Ele foi transferido para Dourados com traumatismo craniano e seu estado é grave. O Ministério Público Federal foi acionado para que Zezinho consiga transferência do Hospital do Trauma para outra unidade hospitalar.

A comunidade

Os guarani-caiuá do acampamento de Nhãnderu Laranjeira saíram no final de 2007 da Aldeia de Panambi, no município de Douradina, onde vivem cerca de 250 famílias (mais de mil indígenas em 1200 hectares). A falta de espaço os levou a procurar o antigo Tekhorá (terra tradicional) situado dentro da fazenda de Santo Antônio da Boa Esperança, em Rio Brilhante.

A desembargadora Marli Ferreira, presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP) negou o recurso da FUNAI para manter os índios na fazenda e determinou a imediata reintegração de posse. Ela já havia dado 90 dias de prazo, que expirou no dia 24 de agosto de 2009, para que a FUNAI providenciasse outra área. No dia 11 de setembro de 2009 eles foram despejados pela PF. Durante dois anos eles viveram às margens da BR em seus míseros barracos.

Eles novamente entraram na área de mata da fazenda. Na mesma semana o DNIT destruiu todos os barracos que haviam ficado às Margens da BR e tampou os 12 poços que alimentavam o acampamento, pois o órgão estima que o local é “perigoso”. Ele ofereceu outro local, não muito distante dali, em frente de uma usina. Porém lá não tem água.No dia 26 de janeiro de 2012, a Funai, acompanhada da Polícia Federal, foi novamente fazer o despejo da comunidade. O MPF tenta ganhar tempo e manter os índios na reserva florestal, enquanto a demarcação segue seu curso.

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