O líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), avaliou nesta terça-feira que a relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários está “em boas mãos”. O nome escolhido na manhã desta terça-feira foi do deputado Odair Cunha (PT-MG).

“Coube à bancada do PT ter a relatoria. O líder Jilmar Tatto foi quem fez todas as tratativas, mas eu acompanhei à distância. Qualquer um dos nomes que o líder Jilmar escolhesse a mim não cabe nenhum tipo de comentário. A única coisa que eu posso dizer é que o Odair é um parlamentar, apesar de jovem, que já está no terceiro mandato, então está em boas mãos”, disse o líder.

Chinaglia não quis dizer qual a opinião do governo a respeito da escolha de Odair Cunha para o posto. “O governo não tem opinião a esse respeito. O governo nunca discutiu isso”, limitou-se a dizer o deputado.

Ele diz não temer respingos das investigações no Executivo federal. “Não vejo (risco de a CPMI atingir o Planalto), porque estamos bastantes seguros do tipo de governo que a presidente Dilma vem fazendo”, avaliou.

Nesta terça-feira, o PT anunciou também que os deputados Cândido Vaccarezza (SP) e Paulo Teixeira (SP) serão, em princípio, membros titulares da CPMI. Como suplentes, o partido indicou Dr. Rosinha (PR), Luiz Sérgio (RJ) e Sibá Machado (AC). O líder ainda informou que o PT vai confirmar até as 19h30 de hoje as posições que serão ocupadas na comissão.

Odair Cunha é e está em seu terceiro mandato como . A relatoria da CPI é prerrogativa do PT por ter a maior bancada na Câmara. A presidência da comissão será exercida pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). O PMDB detém a maior bancada no Senado.

A CPI será composta por 30 titulares e 30 suplentes – metade de uma Casa, metade da outra. Em sua maioria, os partidos escolheram nomes ligados à área policial ou advogados. Na Câmara, a oposição optou por parlamentares com perfil investigador. O PSDB, por exemplo, escolheu como titulares Carlos Sampaio, ex-promotor de Justiça, e Fernando Francischini, delegado da Polícia Federal.

Entre os partidos da base de apoio ao governo, prevaleceram os interesses individuais. No PMDB, Íris de Araújo pretende atingir o governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, seu adversário político. Luiz Pitiman, do Distrito Federal, quer apontar os canhões da CPI para o governador petista Agnelo Queiroz, seu desafeto.

O líder do PTB no Senado, Gim Argello (DF), escalou Fernando Collor (AL) para compor a comissão. O PDT confirmou que Acir Gurgacz (RO) será o suplente da bancada na CPI. O titular é Pedro Taques (MT). O parlamentar é ex-procurador de Justiça.

Confira a lista completa dos indicados até o momento:

Câmara:

PT – titulares: Odair Cunha (MG), Cândido Vaccarezza (SP) e Paulo Teixeira (SP). Suplentes: Dr. Rosinha (PR), Luiz Sérgio (RJ) e Sibá Machado (AC).

PMDB – titulares: Luiz Pitiman (DF) e Íris de Araújo (GO). Faltam dois suplentes.

PSDB – titulares: Carlos Sampaio (SP) e Fernando Francischini (PR). Suplentes: Domingos Sávio (MG) e Rogério Marinho (RN)

DEM – titular: Onyx Lorenzoni (RS). Suplente: Mendonça Prado (SE)

PSB – titular: Paulo Foleto (ES). Suplente: Glauber Braga (RJ)

PTB – titular: Sílvio Costa (PE). Suplente: Arnaldo Faria de Sá (SP)

PR – titular Maurício Quintela Lessa (AL). Suplente: Ronaldo Fonseca (DF)

PDT – titular: Miro Teixeira (RJ). Suplente: Vieira da Cunha (RS)

PSC – titular: Filipe Pereira (RJ). Suplente: Hugo Leal (RJ)

PPS – titular: Rubens Bueno (PR)

PV – suplente: Sarney Filho (MA)

Senado:

PSDB – titular: Alvaro Dias (PR). Suplentes: Cássio Cunha Lima (PB) e Aloysio Nunes Ferreira (SP)

PMDB – titulares: Vital do Rêgo Filho (PB), Romero (RR), Jarbas Vasconcelos (PE)*. Falta um suplente.

DEM – titular: Jayme Campos (MT)

PTB – titular: Fernando Collor (AL)

PDT – titular: Pedro Taques (MT). Suplente: Acir Gurgacz (RO)

PP – titular: Ciro Nogueira (PI)

PR – suplente: Vicentinho Alves (TO)

PSOL – suplente: Randolfe Rodrigues (AP)**

* Vaga cedida pelo PSDB

** Vaga cedida pelo DEM