O governo brasileiro foi surpreendido pela decisão da Força Aérea dos Estados Unidos de suspender a compra de 20 aviões Super Tucano da Embraer e considera a medida um retrocesso para a relação entre os dois países na área de defesa. É o que diz nota do Ministério das Relações Exteriores (MRE), divulgada hoje (1°), dois dia após o anúncio do governo norte-americano.

“O governo brasileiro recebeu com surpresa a notícia da suspensão do processo licitatório de compra de aviões A-29 Super Tucano pela Força Aérea dos Estados Unidos, em especial pela forma e pelo momento em que se deu. Considera que esse desdobramento não contribui para o aprofundamento das relações entre os dois países em matéria de defesa”, diz a nota.

A Força Aérea norte-americana suspendeu a contrato de US$ 355 milhões com a brasileira Embraer e sua parceira na empreitada, Sierra Nevada Corp., alegando problemas na documentação. O contrato foi questionado na Justiça americana por uma empresa que saiu perdedora na concorrência.

No mesmo dia do anúncio da suspensão da compra, a Embraer lamentou a decisão norte-americana e disse que forneceu toda a documentação requerida dentro do prazo.

O Itamaraty diz que o governo brasileiro “continuará a manter diálogo com as autoridades norte-americanas sobre o assunto”.

Amanhã (2), o ministro Antonio Patriota vai receber, no Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, o subsecretário de Estado norte-americano, William Burns, para discutir o assunto.