Acuada pela crise, pelo câmbio desfavorável e pela forte concorrência dos importados, a brasileira crescerá menos do que o Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, segundo estima a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Assim, deverá ser repetida a performance de 2011, quando o setor manufatureiro também teve uma expansão mais fraca do que a média da economia.

O movimento de “encolhimento” da indústria na composição do PIB coincide com um desempenho mais robusto do setor de serviços. Está em curso, portanto, uma mudança no perfil da economia brasileira.
 
Segundo a CNI, a indústria de deverá crescer apenas 1,8% em 2011 e os serviços, 3%, ante um aumento do PIB de 2,8%. Para 2012, a estimativa é que o setor industrial tenha uma expansão de 2,3%, para uma alta do PIB de 3% e uma expansão de 3,3% nos serviços.
 
“A indústria tem perdido seu papel mais dinâmico na economia, mas ela tem de voltar a ser o centro do crescimento”, defendeu o gerente executivo do núcleo de Política Econômica da entidade, Flávio Castelo Branco. Ele observou que, quando a indústria foi o principal motor da economia, o Brasil cresceu mais do que a média mundial. No momento em que o consumo passa a ser o principal elemento, com expansão dos serviços, a situação se inverte.
 
Isso ocorre, segundo explicou, porque o setor de serviços tem baixa produtividade e, por isso, menos condições de alavancar o crescimento. “O Brasil ainda não completou seu ciclo, não pode se tornar uma economia pós-industrial.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.