Índios temem ataque na madrugada em acampamento guarani-kaiowá em Rio Brilhante
Lideranças indígenas acampadas em área considerada por eles tradicional, situada na fazenda Santo Antônio, estão apreensivas com a possibilidade de invasão do acampamento por homens armados, que poderia ocorrer durante a próxima madrugada. A informação é do líder Guarani-Kaiowá de nome Farid, com que a reportagem do Midiamax conversou há pouco. Segundo Farid, homens que […]
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Lideranças indígenas acampadas em área considerada por eles tradicional, situada na fazenda Santo Antônio, estão apreensivas com a possibilidade de invasão do acampamento por homens armados, que poderia ocorrer durante a próxima madrugada.
A informação é do líder Guarani-Kaiowá de nome Farid, com que a reportagem do Midiamax conversou há pouco.
Segundo Farid, homens que ocupavam uma caminhonete Hilux, e dois automóveis Gol, um prata e outro azul, entraram hoje na região do acampamento e contaram o número de barracos improvisados de lona. Segundo Farid, entre eles estava o filho do proprietário da fazenda, conhecido como Rauzinho.
Além deste fato, a liderança informou que hoje à tarde, diante da praça central de Rio Brilhante, um índio ouviu a conversa entre fazendeiros que diziam que, nessa madrugada, depois da meia-noite, ocorreria o suposto ataque ao acampamento.
Atualmente, vivem no local cerca de 170 índios Guarani-Kaiowá, originários da aldeia Laranjeira Ñanderu, em Rio Brilhante, a 160 quilômetros de Campo Grande.
No dia 26 de janeiro deste ano, os proprietários conseguiram uma ordem de reintegração de posse, que acabou sendo revogada pelo Tribunal Regional Federal em 6 de fevereiro.
Por três vezes o acampamento já foi atacado por pistoleiros, que expulsaram os índios para a beira da BR-163. Na última vez que foram desalojados, a aldeia inteira ficou na beira da estrada que liga Dourados ao município de Rio Brilhante por um ano e sete meses.
O saldo deste período foi a morte de cinco pessoas por atropelamento e de um bebê de seis meses com água envenenada pelos agrotóxicos empregados na lavoura de cana da fazenda Santo Antônio.
O governo federal incluiu a área do conflito entre os locais mais críticos do país, que pode passar por situação semelhante ao despejo do “Pinheirinho”, ocorrido em São José dos Campos, em São Paulo.
Mas segundo o líder Farid, neste momento os índios estão desprotegidos, “cada um em sua “casa”, de olho na estrada”.
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