Indignação e homenagens marcam velório de jovens assassinados em Campo Grande

Diversas homenagens, com cânticos e palavras emocionadas marcaram a despedida dos amigos Breno Luigi Silvestrini de Araújo, 18 anos e Leonardo Batista Fernandes, 19 anos.

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Diversas homenagens, com cânticos e palavras emocionadas marcaram a despedida dos amigos Breno Luigi Silvestrini de Araújo, 18 anos e Leonardo Batista Fernandes, 19 anos.

Diversas homenagens, com cânticos e palavras emocionadas marcaram a despedida dos amigos Breno Luigi Silvestrini de Araújo, 18 anos e Leonardo Batista Fernandes, 19 anos. Eles foram assassinados na última quinta (30), logo após serem sequestrados por cinco bandidos em frente ao Bar 21, que desejavam o veículo Pajero de um deles.

Tamanha indignação das pessoas que foram ao velório não precisava nem de palavras. Mas emocionada, a prima de Leonardo, Cheritte Batista, 30 anos, disse apenas que um poeta se foi. “Ele era um menino tranquilo, que escrevia poesias e era muito educado com os pais e o irmão mais novo, sendo o xodó da família. Veio de uma família religiosa e grande, já que o avô possuía dez irmãos”, comentou Cheritte.

Leonardo possuía um blog de poesia e cursava a faculdade de Direito no Rio Grande do Sul. Segundo familiares, como a universidade estava em greve, ele teria vindo com uma tia, que seria promotora de Justiça, para passear e visitar familiares e amigos. A vítima voltaria para a cidade onde estuda na segunda-feira (3).

A estudante Flávia Jallad, 21 anos, conta que todos que convivam com a vítima estão muito indignados. Na rede social, inclusive, amigos dos estudantes promovem manifestações em que ao menos 2,5 mil garantem presença.

“A revolta é tão grande com a violência e a falta de segurança que estão organizando diversas manifestações, uma passeata inclusive ocorrerá esta semana, com a saída prevista em frente ao Bar 21, até a prefeitura de Campo Grande”, diz Jallad.

Já Breno era estudante de Engenharia Ambiental, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). O professor Rinaldo que convive com os pais da vítima e inclusive já participou de debates a respeito da violência, disse que o momento deve ser de respeito a dor da família.

”Só quem tem um filho e pensa em perde-lo sabe um pouco da dor que estas famílias estão passando. Não tem o que falar, é irreparável. Só que temos de repensar a relação diplomática entre o Brasil e as fronteiras. Isso porque a falta de pulso das autoridades, muitas vezes deixa acontecer casos como esse, em que se rouba um veículo para trocar por cinco quilos de cocaína, acabando com a paz das famílias”, disse Rinaldo.

Os enterros dos corpos ocorreram no Cemitério Parque das Primaveras, na avenida Senador Fellinto Muller, em Campo Grande.

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