A produção da indústria teve desempenho negativo no fechamento do segundo trimestre do ano, em junho. Todos os indicadores ficaram abaixo dos 50 pontos, o que mostra resultados “ruins”, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A entidade divulgou hoje (24) o boletim Sondagem Indústrial, que mostra tendência de queda “maior ainda” na produção industrial nos próximos meses, em vista do desaquecimento da atividade. Há redução no nível de empregos e elevação no volume de estoques, especialmente nas grandes empresas.

A indústria registra aumento de custo nas matérias-primas e elevação da inadimplência, além de escassez de crédito. Entre as pequenas e médias empresas, houve queda acentuada do capital de giro, necessário para a continuidade da produção. No fechamento do segundo trimestre, a produção industrial marcou 45,5 pontos contra 54,6 em março, fim do primeiro trimestre. A evolução no número de empregos registrou 47,2 pontos contra 49,5 pontos em março – quando a oferta era maior nos três primeiros meses do ano.

O nível de estoques ficou em 52,2 pontos em junho, com aumento de 0,6% sobre o mês de março. A CNI considera que o aumento dos gastos públicos, a queda da taxa de juros no país e as medidas do Plano Brasil Maior “não trouxeram a reação esperada para aumentar o desempenho da indústria no fechamento do segundo trimestre. Os empresários permanecem insatisfeitos com as margens de lucro e apontam para uma situação financeira ruim”, destaca o boletim.

O setor automotivo foi o que registrou maior queda na produção e no , de maio para junho, com indicadores entre 36,8 e 40,7 pontos respectivamente. Os estoques aumentaram para 59,7 pontos contra 55,8 pontos em relação ao mês anterior.

A entidade vê o primeiro semestre do ano como “perdido”. A sondagem foi feita entre os dias 2 e 23 de julho com 1.957 empresas industriais, sendo 711 de pequeno porte, 751 médias e 495 grandes empresas.