Incra e assentados confirmam vendas ilegais de lotes em assentamentos
Situação que parece ser de conhecimento de todos os assentados, sendo que alguns creditam ao próprio Incra a facilidade em negociação dos lotes
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Situação que parece ser de conhecimento de todos os assentados, sendo que alguns creditam ao próprio Incra a facilidade em negociação dos lotes
Uma das principais ação dos servidores do Incra (Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) durante a operação de vistoria é confirmar a venda de lotes nos assentamentos.
Situação que parece ser de conhecimento de todos os assentados, sendo que alguns creditam ao próprio Incra a facilidade em negociação dos lotes.
De acordo com o assentado Francisco Cândido da Silva, que vive há cinco anos no local, a situação é difícil. “Eu e minhas crianças moramos em barraca até hoje. O Incra promete, mas não vem e as lideranças não fazem nada para nós”.
Francisco destacou que para sobreviver é obrigado trabalhar fora, como prestador de serviço em fazendas da região. “Renda no lote não temos de jeito nenhum e nem estamos em condições porque o Incra não libera nada”.
Venda de lotes
Segundo Francisco, as vendas de lotes são comuns na região. “O que eu sei por vizinhos meus e lideranças é que o que mais tem é a venda de lotes”, afirmou.
“Estão vendendo lotes. Um põe a culpa em outro, o Incra diz que não”, destacou Francisco sobre as negociações.
Francisco fala que tem cinquenta e tantos anos, sem confirmar exatamente a idade. E, indignado diz que o Incra mostra as coisas boas. “Aqui ainda não tem 40% das casas prontas”, enfoca o assentado.
Francisco ressaltou que já apareceu comprador para seu lote e que muitos vizinhos venderam. “Há um esquema para que o assentado venda o lote”, disse sem querer entrar em detalhes.
De acordo com o assentado, quem não trabalha está vivendo nas custas dos assentados. “Os lotes que eu sei, eles fazem rolo em carro, caminhonete. Caminhonete de R$ 20 mil, R$ 30 mil. A maioria das vendas é feito rolo em casa de Campo Grande. Aí o cara de Campo Grande vem pra cá e o daqui vai para a Capital. Eles fazem rolo em casa, carro, moto”.
A indignação de Francisco é grande e ele fala que a culpa depois é apenas do assentado, mas que tem muita gente envolvida. “Depois é o assentado que não presta. Eu trabalho aqui desde o começo e não acredito que eu seja má pessoa e nem que sou irregular. Eu vivo certo e sou prejudicado por outras pessoas”.
Sem querer se identificar, outra titular de lote no assentamento Eldorado diz que conhece casos de vizinhos que venderam suas terras por até R$ 25 mil. “Na verdade deu, porque recebeu R$ 8 mil”.
A senhora que faz questão de afirmar que o seu lote não tem preço e que está há seis anos no assentamento, ressaltou que a maioria pega para vender. “Eu lutei muito para pegar a minha terra. Sofri para conquistar, por isso não tem preço. Vou deixar isso aqui para os meus filhos e sou capaz de colocar no nome dos netinhos só para que não vendam”.
Necessidades
Morando no lote há cinco anos, Francisco destacou que ainda precisa prestar serviço em uma fazenda para sustentar a família. “E ainda cuido do meu lote. E estamos esperando a liberação dos créditos”.
O assentado falou que foi necessário furar um poço porque não tem água. “A gente paga pela água, mas ela só vem três meses, depois não vem e povo continua a pagando, mesmo que seja a taxa mínima”. E acrescentou: “Dizem que recebem a taxa para pagar a energia da bomba d’água”.
Incra
De acordo com a assessoria do órgão, ainda não tem um levantamento da situação dos lotes. A previsão é que um balanço das vistorias nos 870 lotes seja concluído.
O Incra não nega a existência de irregularidades como a venda de lotes nos assentamentos. E, que já foi identificada a comercialização das terras por uma mesma pessoa.
Na próxima sexta-feira (30) e sábado (31), o Incra inicia uma nova fase de reestruturação nos assentamentos, sendo que os primeiros a serem beneficiados são em Bandeirantes e São Gabriel do Oeste, visando a melhoria na qualidade de vida das famílias.
Sobre os casos de vendas, o Incra informou que nos casos mais recentes existem 153 ações e outras 200 estão sendo analisadas para que sejam ajuizadas as solicitações de despejo dos ocupantes irregulares.
Notícias mais lidas agora
- Chuva chega forte e alaga ruas da região norte de Campo Grande
- Há 13 anos, casa no bairro Santo Antônio é decorada por Elizabeth com enfeites únicos de Natal
- Pais são presos após bebê de 2 meses ser queimado com cigarro e agredido em MS
- VÍDEO: Moradores denunciam mulher por racismo e homofobia em condomínio: ‘viadinho’
Últimas Notícias
Rompimento de fibra ótica deixa serviços de prefeitura em MS fora do ar
Prefeitura de Corumbá ficou com serviços fora do ar nesta quinta
Natal: instituto identifica itens da ceia com peso abaixo do anunciado
A Operação Pente Fino Natal fez a verificação entre 25 de novembro e 6 de dezembro
Programa de conservação de áreas verdes em Campo Grande é implementado
Criação de parcerias para serviços inerentes à manutenção e conservação de parques
Covid-19 e rinovírus causam aumento de internações respiratórias
Novo boletim Infogripe, divulgado nesta quinta-feira (12)
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.