Importação de leite em MS registra aumento de 520%

A importação de leite e derivados em Mato Grosso do Sul registrou aumento de 520% no último semestre, comparado ao mesmo período do ano anterior. De 554 toneladas, o Estado alcançou 3.437 toneladas no acumulado de janeiro a junho de 2012. O Uruguai foi responsável por 65% do atendimento à demanda, seguido pela Argentina, com […]

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A importação de leite e derivados em Mato Grosso do Sul registrou aumento de 520% no último semestre, comparado ao mesmo período do ano anterior. De 554 toneladas, o Estado alcançou 3.437 toneladas no acumulado de janeiro a junho de 2012. O Uruguai foi responsável por 65% do atendimento à demanda, seguido pela Argentina, com 33% do produtor comprado por MS. Nos mês de julho, a importação em MS teve retração de 18% em relação ao mês anterior, totalizando 4.299 toneladas. Mesmo diante dessa queda a situação é preocupante.
 
“Os baixos valores de alguns derivados do leite, como o queijo mussarela, praticados pelos países vizinhos, tem desvalorizado nosso produto”, explica o presidente do Conselho Paritário Produtores/Indústrias do Leite (Conseleite), Dário Alves. O preço pago pelo quilo do queijo uruguaio e argentino atingiu uma media de R$ 7 reais, enquanto somente o custo de produção do queijo sul-mato-grossense está em R$ 9 reais. “Não temos competitividade para concorrer”, complementa Dário.
 
Para solicitar aos governos federal e estadual medidas emergenciais para o setor leiteiro, o Conseleite, o Sindicato das Indústrias do Leite de Mato Grosso do Sul, o Sindicato Rural de Campo Grande e a Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) organizam para o próximo dia 14 de setembro a “Hora do Leite”. Na ocasião, será entregue um abaixo-assinado para representantes do governo e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Atualmente, a lista conta com 4 mil nomes. “Até o dia do evento, esperamos contar com mais de 8 mil manifestações”, diz Dário. O movimento conta ainda com a participação dos Estados do Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Rio de Janeiro.
 
Uma das expectativas do setor é a retomada de uma legislação para taxar a importação de produtos. “Há cerca de 10 anos havia uma taxa para qualquer lácteo que entrasse no país, com 37% de imposto. Isso fazia com que nossos produtos pudessem competir de forma igualitária. Hoje não temos essa taxa e os governos vizinhos ainda contam com fortes subsídios para a produção”, explica Dário.
 
Outra reclamação do setor é o custo de produção. “Em função da valorização das comoodities soja e milho, o custo da ração utilizada para o gado leiteiro aumentou consideravelmente e isso implica em menor retorno financeiro para o produtor”, analisa a economista e assessora técnica da Famasul, Adriana Mascarenhas. De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), o preço do farelo de soja pago pelas industrias para ração dos animais para teve valorização de 17% em junho em relação ao mês anterior e aumento de 69,7%, no acumulado de janeiro a junho, em relação ao primeiro semestre do ano passado.
 
A Hora do Leite, marcado para o dia 14 de setembro, acontece das 9 às 12 horas, na sede do Sindicato Rural de Campo Grande, situado a Rua Raul Pires Barbosa, nº 116. Os produtores e indústrias compradoras de leite interessados em compor o baixo-assinado podem procurar a sede dos sindicatos rurais de seu município.

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