Greve faz Correios suspenderem serviços em alguns estados; trabalhadores preparam contraproposta
A greve dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) provocou a suspensão, desde a tarde de hoje (19), dos serviços prestados com hora marcada, entre eles o Sedex 10, o Sedex Hoje e o Disque-Coleta. Anunciada pela própria empresa, a suspensão vale inicialmente para a Grande São Paulo e para os estados […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
A greve dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) provocou a suspensão, desde a tarde de hoje (19), dos serviços prestados com hora marcada, entre eles o Sedex 10, o Sedex Hoje e o Disque-Coleta. Anunciada pela própria empresa, a suspensão vale inicialmente para a Grande São Paulo e para os estados do Paraná e do Tocantins, além do Distrito Federal.
A paralisação atinge 20 das 27 unidades da Federação. Segundo a direção dos Correios, 10,7 mil trabalhadores pararam suas atividades no primeiro dia do movimento, o que corresponde a 9% dos 120 mil funcionários da empresa. Já o comando de negociação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) estima uma adesão média de 60% nos estados que deflagraram o movimento.
Integrante do comando de negociação da Fentect, Sebastião Cruz adiantou, em entrevista à Agência Brasil, que amanhã (20) as assembleias de greve devem analisar e votar a apresentação de uma nova proposta por parte da categoria. A contraproposta seria baseada em uma sugestão feita hoje (19) pela ministra Cristina Peduzzi, vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Em audiência na sede do tribunal, a ministra propôs reajuste salarial de 5,2%, aumento linear de R$ 80, reajuste de 8,84% do vale-alimentação e a manutenção das demais cláusulas sociais atualmente em vigor, além da compensação dos dias de paralisação.
“Vamos remeter amanhã [20] uma nova orientação do comando nacional para todos os estados, para que as assembleias de greve votem uma contraproposta parecida com a proposta da ministra, que não será a proposta ideal, mas é a possível de ser negociada no momento”, disse Cruz. “Devemos abrir mão da nossa reivindicação inicial de 43,7% e protocolar essa nova proposta até a próxima segunda-feira [24]”, completou.
A proposta formulada pela vice-presidenta do TST foi rejeitada pelos representantes dos Correios na audiência, sob o argumento de que ela “comprometeria a sustentabilidade econômica da empresa”. Sem acordo, o dissídio coletivo deve ir a julgamento na próxima semana. A relatora designada é a ministra Kátia Arruda, da Seção Especializada em Dissídios Coletivos do TST. O tribunal concedeu liminar que exige da Fentect a manutenção pelo menos 40% do efetivo em cada unidade de trabalho, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
Conforme Sebastião Cruz, o principal objetivo seria aumentar o piso da categoria. O salário inicial de carteiros, atendentes comerciais e operadores de triagem e transbordo é R$ 942. Com a proposta de 5,2% feita pela originalmente pela empresa, passaria a R$ 991. Pela contraproposta a ser votada pelas assembleias, subiria para R$ 1.070. “Estamos demonstrando boa vontade desde quando adiamos a greve, na semana passada, e agora, quando, ao contrário da empresa, insistimos na negociação”, disse Cruz. “A população precisa ser solidária aos trabalhadores dos Correios.”
“Para garantir a entrega de cartas e encomendas à população, a empresa está adotando medidas como realocação de empregados das áreas administrativas, contratação de trabalhadores temporários, realização de horas extras e mutirões nos finais de semana”, reiterou, em nota, os Correios.
Perguntada pela Agência Brasil se a empresa tem recorrido a outras medidas alternativas como o uso de quartéis do Exército, o que já ocorreu em outras paralisações, a empresa respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que “por motivos de segurança, não detalhamos as medidas de contingência”.
Em nota, o Sindicato das Empresas Franqueadas de Comunicação do Paraná informou que as cerca de 80 agências franqueadas dos Correios no estado continuarão abertas. “Evidentemente haverá contratempos, mas a recepção de cartas, impressos e encomendas continuará sendo feita normalmente pelas franqueadas”, diz o documento.
O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Luiz Antonio de Souza, declarou que, mesmo com as agências abertas, o que também inclui as unidades próprias dos Correios, o serviço de entrega está comprometido. “Aqui em Curitiba toda a carga de correspondências e encomendas está parada dentro de caminhões, estacionados perto da rodoferroviária”, disse Souza, em entrevista à Agência Brasil. “Não adianta postar um objeto na agência se ele não será coletado nem entregue.”
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
Semana começa com 3556 vagas de emprego em Mato Grosso do Sul
São 956 vagas para a capital que abrangem diversas áreas e níveis de escolaridade
Com feira de adoção e desfile de pets, ação em shopping de Campo Grande reforça combate ao abandono animal
Evento foi realizado no shopping Bosque dos Ipês, na tarde deste sábado (14)
Grupo especializado em roubo de camionetes é ligado a facção e usava codificador de chaves
Investigações mostram que ordens de furtos vinham de presídio de Mato Grosso
Lula segue internado e fará exames de sangue, diz boletim médico
Alta está prevista para a próxima semana
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.