A General Motors informou nesta quarta-feira que encerrou a produção do Corsa na planta de São José dos Campos. O anúncio foi feito no mesmo dia em que uma reunião foi realizada com intermédio do Ministério do Trabalho entre montadora e sindicato dos metalúrgicos da cidade. No encontro, não houve acordo sobre o futuro da fábrica da GM, que já havia cortado a produção local dos modelos Meriva e Zafira nos últimos dias. Sindicato e empresa disseram ter se comprometido a não tomar nenhuma iniciativa até o dia 4 de agosto, quando haverá outra reunião com intermédio do ministério.

A partir de agora, essa parte do complexo de São José dos Campos passa apenas a fabricar o Classic. No entanto, a outra planta deste complexo, diz a GM, continua fabricando o S10.

A montadora vem, gradualmente, transferindo a sua produção local para unidades localizadas em outras regiões do País. O sindicato diz que esse processo poderá causar a demissão de até 1,5 mil trabalhadores. Com a diminuição da produção, a empresa admite um excedente de mão de obra, mas não precisou quantos trabalhadores poderiam ser dispensados.

Em nota, o sindicato disse que Corsa, Zafira e Meriva somavam o mesmo volume de produção do Classic atualmente: 370 carros por dia. O sindicato propõe que os empregos sejam mantidos por meio da produção integral do Classic na planta local, da nacionalização do Sonic – que é importado da Coréia do Norte e da produção de caminhões.

Paralisação

A GM concedeu licença remunerada a 2.700 empregados do complexo industrial de São José dos Campos e decidiu suspender a produção na última terça-feira. O objetivo, segundo a marca, foi “proteger a integridade física dos colaboradores”, enquanto continuam as discussões com os representantes sindicais em relação à viabilidade de uma das fábricas do complexo.

Em comunicado, a GM afirma que “considerou as fortes evidências de mobilizações internas no complexo e entendeu que o momento atual é delicado e prefere não expor seus empregados a eventuais incitações e provocações comuns”.

Em resposta à paralisação, o sindicato dos metalúrgicos da região afirmou em comunicado que a atitude da montadora é antidemocrática e se caracteriza como locaute, ou paralisação patronal, o que é proibido pela legislação brasileira. Segundo o sindicato, a paralisação aconteceu no dia em que havia sido programado um ato unificado na empresa entre sindicatos e centrais sindicais.

Para entidade, a atitude da montadora aumenta a insegurança e deixa clara a intenção de realizar uma demissão em massa a qualquer momento e impedir a resistência dos metalúrgicos. O comunicado divulgado pelo sindicato diz que os funcionários do terceiro turno, que estavam dentro da fábrica, receberam ordens para que saíssem antes mesmo do término do expediente.