Dos 86 parlamentares que disputam prefeituras em todo o Brasil, o deputado federal (PMDB), candidato a prefeito de Campo Grande, é o que mais recebeu doações de campanha, conforme primeira rodada de prestação de contas apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Até o momento, ele arrecadou R$ 1.835.500, quase o dobro do segundo colocado, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que disputa a eleição em Osasco. O petista conseguiu até agora R$ 948.690.

No total, os deputados e senadores candidatos a prefeito arrecadaram R$ 14,5 milhões em 42 dias de campanha. Ainda de acordo com prestação de contas inicial, dos 86 parlamentares que estão na disputa, 70 divulgaram as doações e gastos no pleito. Os 16 restantes informaram à corte eleitoral estarem com as contas zeradas até o momento.

Entre as capitais, só não há candidatos congressistas concorrendo em Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC) e Palmas (TO). E são justamente nas capitais que estão concentradas as maiores arrecadações entre os parlamentares.

Nordeste
Os números apresentados ao TSE pelos candidatos mostram uma maior arrecadação por candidatos no Nordeste do país. Três deles estão em Pernambuco, um na Paraíba e dois na Bahia. Em Recife, por exemplo, largaram na frente o senador Humberto Costa (PT-PE) e o deputado Mendonça Filho (DEM-PE). Ambos declararam doações parciais de R$ 600 mil.

Em Petrolina (PE), está outro candidato entre as dez maiores arrecadações. O deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE), filho do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, já conseguiu R$ 519.653,73. É a sétima maior entre os parlamentares. O município, com aproximadamente 299 mil habitantes, tem a segunda maior população do Estado.

Além de João Paulo, outro candidato entre as dez maiores arrecadações que não disputa a prefeitura de uma capital é Jonas Donizete (PSB-SP). De acordo com a declaração ao TSE, o socialista, na disputa pelo comando de Campinas (SP), já conseguiu R$ 571.850. O valor colocou Donizete no sexto maior valor entre os parlamentares inscritos na disputa eleitoral.

Outra capital nordestina tem duas das maiores arrecadações: Salvador, com a disputa entre os deputados ACM Neto (DEM) e Nelson Pellegrino (PT). Enquanto o demista conseguiu R$ 890 mil, o petista, que conta com o apoio do governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), viu entrar nas suas contas R$ 500 mil. Completa a lista de políticos nordestinos o senador Cícero Lucena (PSDB-PB), na corrida pela prefeitura de João Pessoa: R$ 411.288.

A lista das dez maiores arrecadações é completada com a deputada Manuela D`ávila (PCdo-B). Até agora, a comunista, que tenta pela segunda vez se eleger prefeita de Porto Alegre, conseguiu R$ 450 mil. E, de acordo com sua prestação de contas, ainda não teve gastos.

Fundo partidário

A resolução número 23.376/12, do TSE, estabelece que os candidatos e comitês financeiros de partido são obrigados a abrir a conta bancária exclusiva para a movimentação financeira de campanha. Ela deve ser aberta nas instituições financeiras que possuem carteira comercial reconhecida pelo Banco Central do Brasil, sendo vedado o uso de conta bancária preexistente.

Além disso, a legislação eleitoral estabelece que os candidatos informem seus doares e seus gastos durante o pleito. Antes da divulgação final das contas, que serão julgadas pela Justiça Eleitoral, o TSE determina que duas parciais sejam informadas. Nelas, devem constar os valores, quem doou e no que foi gasto. A expectativa é que, com a proximidade da eleição, a segunda parcial tenha um volume maior de recursos.

Uma análise nas contas das dez maiores arrecadações mostra que boa parte dos candidatos têm doações vindas de outras formas que não a de pessoas físicas e jurídicas. Edson Giroto, por exemplo, declarou ter recebido R$ 1.520.000 do comitê de campanha. Já João Paulo Cunha informou que R$ 875 mil foram repassados pelo PT.

(Com informações do Congresso em Foco)