Gestante é espancada ao impedir marido de dar bebida alcoólica ao filho

Vítima foi mantida em cárcere privado e agredida com barras de ferro e um capacete. Ela e o menino estão com hematomas em diversas partes do corpo.

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Vítima foi mantida em cárcere privado e agredida com barras de ferro e um capacete. Ela e o menino estão com hematomas em diversas partes do corpo.

Triste dizer que casos como esses ainda acontecem, mas é a mais pura realidade. Mantida em cárcere privado, uma mulher e o filho de um ano e cinco meses foram agredidos com barras de ferro e um capacete na madrugada deste domingo (30), após ela reclamar com o marido porque ele estava oferecendo bebida alcoólica para o bebê.

E o mais agravante neste caso é que J.S.P., 25 anos, está grávida de cinco meses. Ela convivia há um ano com o autor e disse que nesse período ele jamais tinha a agredido, apontando ele como o autor dos fatos. “Foi a primeira vez que ele veio pra cima de mim, mas desta vez me disse que iria quebrar os meus dentes e me deixar com o rosto desfigurado”, fala a vítima ao Midiamax.

O casal estava junto em uma feira na Vila Jacy, mesmo bairro onde eles moram. J.S.P. disse que o companheiro, identificado como o diretor do sindicato da indústria da carne, Odilson Oliveira da Cruz, 31 anos, já havia bebido na casa dos pais, no bairro São Conrado, quando eles passaram na feira e depois foram para casa.

”Cheguei em casa às 23h30. Fui dar banho no bebê e ele saiu para uma conveniência, para comprar mais cerveja. Lá em casa ele quis pela segunda vez dar bebida ao meu filho, quando eu fui reclamar com ele. Ele então me empurrou e eu joguei o capacete nele para me defender”, diz a vítima.

Mesmo com o bebê no colo, J. afirma que o homem pegou o capacete e jogou em sua direção, deixando a criança com ferimentos no rosto e na cabeça. O homem então começou a agredir verbalmente a vítima e a trancou na casa.

”Ele me deu tapas no rosto e escondeu o meu celular para eu não ligar para a polícia. Foi então que pegou uma barra de ferro e batia muito nas minhas costas. Eu gritava muito, pedindo socorro aos vizinhos e um deles pulou o muro para tentar me ajudar”, fala a vítima.

Vítima fugiu e ficou com o filho em um terreno baldio até a chegada do socorro médico

Eles começaram a brigar e eu aproveitei para pegar o celular e fugir. “Ergui o portão e me escondi com o meu filho em um terreno baldio. Liguei para a polícia e comecei a sangrar, momento em que outra vizinha veio para pegar o meu filho. Ela acionou o socorro médico e então me levaram para a Santa Casa”, informa J.S.P.

Internada até às 8h30 de hoje, com hematomas no rosto, perna, cabeça e lábio, ela diz que só quer Justiça. “Vi tantas mulheres agredidas em um corredor da Santa Casa, em estado muito pior do que eu, mas o alívio foi ela dizer que os responsáveis estão presos. No meu caso, quero que ele pague pelo que fez”, afirma a vítima.

Agressor possui diversas passagens por violência doméstica e agressão

Já na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga, onde ela compareceu com uma irmã para registrar a ocorrência, J.S.P. descobriu que o marido possui diversas passagens por agressão e violência doméstica.

“Ele foi até a casa dos meus pais e se dizia uma pessoa muito boa. Mas depois descobri que ele é briguento, bateu na ex-esposa e sempre dizia que iria pegar os policiais. Estou agora com muita raiva e perplexa com o que ele fez. Se não perdoou nem eu que estou gestante dele, imagina se irá respeitar a minha mãe que é uma idosa de 70 anos e o meu pai que é deficiente visual?”, fala J.S.P.

O caso será investigado pela Polícia Civil. Na noite de ontem (29), a vítima compareceu ao Pelotão do Jóckey Clube. Os policiais então realizaram diligências para capturar o agressor, mas ele continua foragido.

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