Flamengo e Ronaldinho divergem sobre atraso salarial

O clima para a permanência de Ronaldinho no Flamengo caminha para um fim nada agradável. Apesar de a presidente Patrícia Amorim considerar a contratação do craque como um “gol de placa”, e do procurador e irmão do jogador, Assis, assegurar que ele pretende cumprir seu contrato até o fim, os constantes atrasos salariais têm gerado […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O clima para a permanência de Ronaldinho no Flamengo caminha para um fim nada agradável. Apesar de a presidente Patrícia Amorim considerar a contratação do craque como um “gol de placa”, e do procurador e irmão do jogador, Assis, assegurar que ele pretende cumprir seu contrato até o fim, os constantes atrasos salariais têm gerado grande desconforto no relacionamento entre as duas partes.

Um capítulo nesta novela, iniciada no ano passado com o rompimento do clube com a Traffic, empresa que honrava parte dos vencimentos do atleta, aconteceu no fim de semana, quando o vice-presidente de finanças Michel Levy anunciou que um acordo tinha acontecido.

Segundo Michel Levy, o pagamento dos salários atrasados do jogador, em um primeiro momento, estão condicionados ao fechamento de um contrato de patrocínio master para o futebol do Flamengo. Assis, porém, negou a existência desse acordo e notificou o clube extra-judicialmente cobrando uma definição sobre as pendências nos pagamentos por parte do clube rubro-negro.

“Existe o tema salários atrasados e isso é de conhecimento de todos, pois está no noticiário. Existe um contrato que é para ser cumprido. Não se condicionou o pagamento dos salários ao patrocínio”, afirmou Assis, representante do irmão Ronaldinho.

Além disso, existe uma divergência sobre os valores que Ronaldinho teria a receber, embora as duas partes se neguem a falar abertamente sobre números para não expor o jogador. O Flamengo também não quis confirmar o tempo do atraso, embora fontes ligadas ao apoiador digam que ele completou quatro meses sem receber um único centavo.

Caso essa seja a realidade de Ronaldinho, com quatro meses de atrasos salariais ele já teria direito de pedir, na Justiça, uma rescisão de contrato unilateral. A lei trabalhista prevê que após três meses o atleta pode requerer judicialmente o direito de abandonar o dono dos seus direitos federativos e buscar uma outra equipe para defender. Essa possibilidade, porém, ainda não passa pela cabeça de Ronaldinho.

Paralelamente à questão salarial Ronaldinho começa a ganhar resistência por parte de um alto percentual dos torcedores. As reclamações são sobre a vida noturna do atleta e o seu desempenho nos treinos e em jogos. Rendendo muito menos do esperado, o atleta teve desempenho discreto na Copa Libertadores e no Campeonato Carioca, com o time sendo eliminado de maneira precoce em ambos os casos.

Apesar de entender que Ronaldinho é importante para seu projeto político, Patrícia Amorim não vai bancar a sua escalação caso seu desempenho continue abaixo do esperado, e o técnico Joel Santana já teria aval para colocá-lo no banco de reservas, se necessário. Caso o clube consiga contratar ainda alguns reforços pretendidos, como os meias Ibson, atualmente no Santos, e Renato Augusto, que joga no Bayer Leverkusen, da Alemanha, o espaço no time principal poderia ficar ainda mais reduzido.

O Flamengo só volta a campo para disputar uma partida oficial no dia 20 de maio, quando visita o Sport na Ilha do Retiro, em Recife, pela estreia das duas equipes no Campeonato Brasileiro. Portanto, até lá, Ronaldinho, que vem participando normalmente da rotina de treinos, terá tempo suficiente para se recondicionar e estar em condições ideais de enfrentar o Sport e começar a brilhar no Brasileiro.

Conteúdos relacionados