A partir desta segunda (5), todos os brinquedos do Hopi Hari devem passar por uma avaliação de suas condições de segurança. O parque está fechado desde a sexta-feira (2), depois que um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) foi firmado com o Ministério Público. Ele deve permanecer sem receber visitantes ao menos até o dia 11.

A medida ocorre depois que Gabriella Yukari Nichimura, 14, morreu ao cair do elevador do Hopi Hari. Depois do acidente, apenas esse brinquedo havia sido interditado. Mas o Ministério Público entendeu que havia possibilidade de risco ao consumidor em outros brinquedos e propôs o fechamento.

No período, todos os brinquedos do parque devem passar por vistoria. Além da Promotoria e da Polícia Técnico-Científica, que auxilia as investigações da Polícia Civil sobre o acidente, devem participar das avaliações representantes do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e do Corpo de Bombeiros.

O prazo pode ser prorrogado por mais dez caso as autoridades achem necessário.

O TAC ainda prevê que, antes da reabertura, o Hopi Hari deve fornecer documentos de manutenção dos brinquedos e os registros de ocorrências com visitante ou funcionários no último ano.

O elevador permanecerá fechado por tempo indeterminado, e, quando reabrir, deverá indicar explicitamente aos visitantes sobre a interdição do assento em que Gabriella estava.

Caso algum termo do acordo seja descumprido, o parque pode receber multa diária de R$ 95 mil.

O parque orienta que quem comprou ingressos antecipados para as datas fechadas deve entrar em contato pelo telefone 0300-789-5566 ou pelo e-mail [email protected] e se informar sobre trocas ou devoluções.

Fotografia

Uma foto apresentada pela família de Gabriella na quinta-feira (1º), feita momentos antes do acidente, provocou uma mudança no rumo das investigações.

A imagem contestou informações preliminares da perícia, já que mostrou que a garota havia se sentado em uma cadeira diferente da analisada pelos peritos.

O assento já não era utilizado havia dez anos, porque técnicos do parque identificaram a possibilidade de algum visitante mais alto encostar na estrutura de metal que simula a torre Eiffel. Por isso, os mecanismos de segurança dele não estavam habilitados.

Por conta dessa informação e com base em depoimentos de testemunhas, a polícia iniciou a investigação acreditando que Gabriella ocupava outro assento. O delegado não descarta que tenha havido má-fé por parte do parque, que sempre afirmou que ninguém usaria aquela cadeira.

Para o advogado do Hopi Hari, não houve omissão de informação. “Em nenhum momento o Hopi Hari enganou, mesmo porque o parque também só soube depois que a garota estava nessa cadeira”, disse Alberto Toron.

Agora, a polícia e o Ministério Público investigam como a trava da cadeira foi liberada e de quem foi a responsabilidade por colocar Gabriella no assento.