Famílias reclamam falta de estrutura mínima nos assentamentos
Elenilza de Souza Eleutério, 41 anos, mora com o marido e um neto de 2 anos, em um dos assentamentos vistoriados nesta quinta-feira (22) pelo Incra (Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Segundo Elenilza muita coisa falta no local. “Continuamos aqui porque queremos trabalhar na terra”, ressaltou. A trabalhadora rural afirmou […]
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Elenilza de Souza Eleutério, 41 anos, mora com o marido e um neto de 2 anos, em um dos assentamentos vistoriados nesta quinta-feira (22) pelo Incra (Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Segundo Elenilza muita coisa falta no local. “Continuamos aqui porque queremos trabalhar na terra”, ressaltou.
A trabalhadora rural afirmou que está difícil continuar na área porque ainda não conseguiram a instalação de uma rede de água. “Não tem água para nada. Há 13 dias estamos sem água, não tem nem para tratar da criação”.
A família, que além da agricultura, cria animais de pequeno porte, se agarra nos sonhos para permanecer no local. “Temos esperança que ainda vai melhorar e que a vinda do Incra nos ajudará”.
Vizinho de Elenilza, João Carlos Fontoura de Carvalho, 43 anos, ainda não possui a carta de concessão da área. E as dificuldades são muitas. “A terra precisa de toneladas de calcário. Então a gente planta mandioca e cria galinha”.
Carvalho ficou sete anos acampado na beira da rodovia até ser contemplado com o lote. “Estou aqui há dois anos, mas ainda não recebi recursos”.
Renda
Sem receber os recursos, após ser instalado no assentamento, Carvalho conta que a esposa está indo para cidade trabalhar como diarista. “Tem uma Van que está levando as mulheres para trabalharem na cidade e a minha esposa vai três vezes por semana”.
O assentado que garante não vender suas terras por nada, conseguiu cercar parte do lote, mas a casa ainda é um barraco. “Precisamos dos créditos para construir a casa. Aqui venta muito e já teve um vendaval que derrubou tudo”, lembrou.
Carvalho destacou que vai trabalhar enquanto aguarda os créditos. “Ainda não dá para sobreviver apenas do que estamos produzindo, mas no futuro espero que seja possível viver só da terra”.
Para ele, o emergencial na região é a liberação do recurso para a construção das casas. “Mas a terra também precisa de calcário para melhorar”.
Regularidade
As famílias vistoriadas assinaram um termo comprovando a regularidade, ou a situação em que os lotes se encontram.
De acordo com a servidora do Incra, Elsi de Oliveira, a região inicialmente seria destinada para o projeto Pacú, mas como não foi possível, houve o sorteio dos lotes para os assentados. “As vistorias vão ajudar, pois é um levantamento para saber quem está regular. Assim eles recebem podem receber a certidão para começar a ter liberados os recursos”, explicou.
Elsi que trabalha há 20 anos no Incra torce para que a reforma agrária dê certo. “As pessoas precisam se conscientizar”, avaliou.
Projetos
Marco Antônio Alves de Souza, produz queijo e vende na cidade. “Eu me arrisco para poder sobreviver”.
O assentado avalia que teoricamente, quando os projetos de reforma agrária são pensados em Brasília eles dão certo. “Mas, do decorrer da aplicação, quando falta um documento ou dá algum problema, a culpa é do assentado. Queria poder contra histórias felizes, mas ainda é muito triste”.
Souza lembrou que muitos acabaram indo embora, simplesmente desistindo. “Abandonaram o sonho”.
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