A Famasul contesta os dados divulgados pelo Conselho Indigenista Missionário () atribuindo à disputa de terras 32 supostas mortes em aldeias do Estado. Para a Famasul, os dados amplamente divulgados são ‘oficiosos’ e tendenciosos, pois embora sejam repassados à mídia como estatísticas nada têm de oficiais. Levantamento da Secretaria de Estado, Justiça e Segurança Pública, a pedido da entidade, mostra que em 2011 foram registrados 27 boletins de ocorrência nos quais figuram índios como vítimas de homicídio doloso.

Em 25 desses casos a autoria foi atribuída a outros indígenas, não existindo nenhum registro de violência motivada por disputa de terra. Diante da comprovação desses dados por fonte oficial, a Famasul considera que a divulgação realizada pelo Cimi é tendenciosa e tem objetivo claro de gerar oposição entre produtores rurais e indígenas.

“São informações inverídicas e intencionalmente manipuladas para conquistar a opinião pública”, afirma o presidente da Famasul, Eduardo Corrêa Riedel. Além de não ter comprovação, as informações que atraem a atenção da mídia são contraditórias inclusive às investigações da Polícia Federal.

 Como no caso do cacique Nízio Gomes, que segundo afirmações feitas á imprensa teria sido assassinado. Inquérito realizado pela PF e encaminhado à Justiça no final do ano passado afirma que “restam mais evidências de que ele (Nízio) esteja vivo do que morto”. Além de várias indicações do local do crime demonstrando não haver evidências sobre a morte do cacique, foi constatado um saque de benefício previdenciário feito da conta de Nizio, realizado depois do seu desaparecimento em eletrônico de Brasília (DF).

E as afirmações do filho do cacique de que teria presenciado a execução foram desmentidas pela PF, sendo que o mesmo foi indiciado por denunciação caluniosa.O presidente da Famasul considera que a questão indígena não pode ser analisada de modo simplista e que demanda ações de resultados concretos.

“O problema da violência não está relacionada à dimensão territorial das aldeias e sim à falta de políticas públicas que garantam uma vida digna. É preciso envolvimento e comprometimento para resolver a questão, garantindo subsistência e autonomia às comunidades indígenas e preservando a tradição de suas culturas”, defendeu Riedel.