Filas que, juntas, chegaram a quase 300 metros, se formaram na manhã desta quarta-feira, 25 de julho, em um posto de combustível da área central de Corumbá. O motivo: a falta de gasolina para abastecer os veículos na cidade. Nos demais postos, álcool e diesel ainda são encontrados.

Como o posto era um dos únicos onde ainda se encontrava a gasolina, as filas se formaram numa cena que chamou a atenção de quem passava pelo local. Motos e carros de passeio só eram abastecidos dentro de uma cota estipulada pelo próprio posto que, limitou a quantia de R$ 50 para os veículos de quatro rodas e R$ 20 para os de duas.

A falta do combustível na cidade é atribuída ao problema de transporte entre a distribuidora BR Petrobras, em Paulínia, e a distribuidora regional, em Campo Grande. O posto que, nesta manhã, ainda oferecia a gasolina aos motoristas, tem como distribuidora outra empresa que acabou absorvendo a demanda distribuída entre os postos com a bandeira Petrobras.

“Minha distribuidora tinha até hoje de manhã, mas como a demanda aumentou, ela teve que suprir a da Petrobras, quadruplicou o fornecimento e todo o estoque que tinha venceu. Agora, o problema dela afeta a gente porque não vamos conseguir atender todo mundo”, disse Luiz Ribeiro, sócio-proprietário do posto Rio Azul, ao Diário.

O empresário contou que, nesta manhã, recebeu oito mil litros de gasolina que foram vendidos em cerca de 4 horas. Esse volume, em condições normais, abasteceria o posto por dois dias. Segundo ele, em dez anos de atuação no mercado, nunca presenciou uma procura tão grande.

“Minha distribuidora não garantiu o envio nesses próximos dias, ela está condicionada a chegada do produto na base”, disse ao lembrar que com o aumento de pedidos, o estoque da distribuidora, agora, também fica vinculado à vinda de produtos da distribuidora em nível nacional.

800 mil litros

Para evitar tumulto entre aqueles que aguardavam na fila, uma viatura da Polícia Militar ficou no local. Aliás, as viaturas policiais abastecem no mesmo posto e tiveram atendimento prioritário por causa do serviço público. A dona de casa, Cleia Lúcia Santos Silva, aguardava na fila com um carro de placas da cidade de Porto Murtinho. Ela disse ao Diário que estava numa situação difícil, pois precisava retornar para sua cidade e não viu outra alternativa a não ser se arriscar na estrada.

“Vou abastecer o que puder aqui e ir colocando o restante pela estrada. Deixei minha filha pequena com a babá e preciso estar esta noite em Porto Murtinho”, disse a motorista.

De acordo com o site Midiamax, o problema, segundo o que foi repassado pela distribuidora BR Petrobras aos donos de postos, será resolvido ainda nesta quarta-feira (25), quando 800 mil litros de gasolina chegam para atender a demanda de todo o Estado. Em Mato Grosso do Sul, a única região que não foi atingida é a de Três Lagoas.