O deputado Fábio Trad (PMDB) voltou a falar da importância da Reforma Política e de suas expectativas para que o tema avance no Congresso: “Gostaria que a reforma tivesse sido aprovada antes setembro ou outubro de 2011, porque só assim ela poderia surtir efeito em 2012. Mas trata-se de um assunto que interfere diretamente no interesse de todos os partidos. Como são temas muito polêmicos e que envolvem o debate de todos os partidos, é natural que haja certa morosidade no processo de discussão”, afirmou.

Recentemente, em discurso na Câmara Federal, Fábio Trad defendeu a realização de uma Reforma Política “sem receio de colocar o dedo na ferida e apontar os atuais erros do sistema político”.

“Não podemos e não devemos fazer a Reforma Política pensando nas próximas eleições, mas sim nas próximas gerações”, afirmou.

Para Fabio, o primeiro desafio é o de sensibilizar a população para a importância da Reforma Política. Ele disse que as distorções do sistema político eleitoral provocam um distanciamento cada vez maior entre eleitor e eleito, corroendo a credibilidade da atividade política.

Segundo o deputado sul-mato-grossense, a reforma tem que combater a influência do poder econômico no processo eleitoral. “O poder econômico nas eleições é determinante. São raros, raríssimos, os deputados eleitos por voto de conceito. A grande maioria, infelizmente, submete-se a lógica perversa do sistema, gerando injustiças gritantes”, disse.

Consensos

Nas reuniões anteriores da Comissão Especial da Reforma Política, ficou explicitado que alguns pontos têm a inclusão garantida no relatório. Um deles é o financiamento público exclusivo de campanha. Para o relator, esse instrumento dará mais “independência” aos mandatos eletivos e permitirá o acesso aos cargos por parte de pessoas que hoje estão distantes do jogo político.

Ainda não está clara a maneira de distribuição dos recursos. Há divergências importantes sobre quanto cada candidato receberá e se o cargo em disputa influenciaria nesse montante. Há, no entanto, a tendência de haver uma parcela dos recursos dividida igualmente entre os partidos e outra distribuída proporcionalmente à quantidade de parlamentares eleitos pela legenda.

É certo ainda que haverá, no parecer, algum instrumento para ampliar a participação feminina na composição da Câmara e do Senado. A bancada feminina cobra a alternância paritária entre os gêneros, mas o relator vê muita dificuldade em conseguir consenso para a alternativa.

(Com informações da assessoria)