As exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul no primeiro trimestre deste ano já atingiram receita de US$ 553,4 milhões, o que representa um crescimento de 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a receita chegou a US$ 546,7 milhões, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Na prática, trata-se do melhor primeiro trimestre em toda a série histórica da exportação de industrializados de Mato Grosso do Sul.

Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, vale destacar que o crescimento se deu sobre uma forte base de comparação, pois, nos primeiros trimestres dos anos de 2009 e 2010, as receitas totais de exportação de industrializados foram de US$ 200,2 milhões e US$ 340,1 milhões. “É extremamente animador o registro de sucessivos crescimentos nas receitas obtidas com as vendas dos produtos industrializados ao exterior. Os dados comprovam que a indústria sul-mato-grossense prossegue no mesmo compasso dos últimos dois anos, quando as exportações de industrializados fecharam com receita acima de US$ 2 bilhões e, neste ano, devemos ficar bem próximos dos US$ 3 bilhões”, estimou.

Levantamento do Radar da Fiems revela também que o desempenho obtido nos três primeiros meses de 2012 não foi ainda maior, em boa medida, pelas dificuldades relativas ao escoamento do minério de ferro. As empresas do segmento informam que a navegação no Rio Paraguai tem apresentado uma maior restrição neste ano, com os comboios saindo com praticamente a metade do volume transportado, quando comparado com igual período do ano passado – algo em torno de 18 mil toneladas em 2012, contra 30 mil toneladas em 2011. Em função das condições apresentadas, o volume de minério de ferro exportado foi inferior em 148,8 mil toneladas, representando uma receita inferior em US$ 21,7 milhões, na comparação com o primeiro trimestre de 2011.

Com uma receita equivalente a US$ 171,5 milhões no mês passado, março registra o segundo melhor resultado já alcançado para o mês em toda a série histórica da exportação de industrializados de Mato Grosso do Sul. Por fim, quando comparado com os resultados de igual mês, vale ressaltar que de janeiro de 2009 até agora foram registradas 29 quebras de recorde nas receitas de exportação. Quanto à participação relativa, no mês, as vendas externas de industrializados atingiram a marca de 51,2% de tudo o que foi exportado por Mato Grosso do Sul, enquanto no acumulado do ano, na mesma comparação, a participação é de 68,6%.

Principais grupos

No ano, os principais grupos de industrializados que apresentaram crescimento nas exportações foram os do Complexo Carne, Açúcar e Álcool e Papel e Celulose. Até o momento, os produtos de maior destaque no Complexo Carne são as carnes desossadas frescas ou refrigeradas de bovinos, carnes desossadas e congeladas de bovinos, bexigas e estômagos de animais, exceto peixes e tripas de bovinos, que proporcionaram um acréscimo, em receita, no comparativo com igual período de 2011, equivalente a US$ 6,8, US$ 6,4, US$ 3,7 e US$ 1,4 milhões, respectivamente.

Adicionalmente, em relação ao ano passado, dois aspectos se destacam: as carnes de bovinos começam a se recuperar do fraco desempenho apresentado em 2011, especialmente, por conta das compras efetuadas pela Rússia; e há uma inversão em relação ao desempenho ocorrido no ano anterior, só que nesse caso, produtos que tiveram forte expansão em 2011, como os pedaços e miudezas congelados de galos e galinhas e as carnes congeladas de galos e galinhas não cortados em pedaços, iniciaram 2012 com pouca força.

No grupo Açúcar e Álcool, até o mês de março, a receita de exportação alcançou o equivalente a US$ 124,6 milhões, indicando, sobre igual intervalo de 2011, um crescimento nominal de 29,5% na receita, resultando em um valor adicional de US$ 28,3 milhões. Já em volume, na mesma comparação, a variação foi de 5,96%, aumento superior a 12,6 mil toneladas. Em relação aos compradores, até o momento, os principais são a Nigéria, com US$ 23,1 milhões ou 18,5%, Bangladesh, com US$ 22,5 milhões ou 18,1%, Marrocos, com US$ 11,1 milhões ou 9,0%, e Índia, com US$ 10,5 milhões ou 8,4%.

Quanto às exportações de Papel e Celulose, o destaque, naturalmente, fica por conta da pasta química de madeira semibranqueada (celulose), que até agora, em 2012, registrou uma receita de exportação equivalente a US$ 115,2 milhões ou 93,3% da receita total do grupo. Quando comparado com igual período de 2011, houve um crescimento nominal de 5% na receita obtida com o produto. Resultado, em valores, de um acréscimo equivalente a US$ 5,5 milhões. Por fim, os principais comparadores, até o momento, são China, com 30,2% ou US$ 37,3 milhões, Itália, com 13,1% ou US$ 16,2 milhões, Holanda, com 13,1% ou US$ 16,1 milhões, e Espanha, com 10,8% ou US$ 13,3 milhões.