Os suinocultores de Mato Grosso do Sul aguardam nesta quinta-feira (19) o anúncio do fim do embargo argentino às importações de carne suína brasileira. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Mendes Ribeiro alertou que caso a suspensão não seja feita, o Brasil poderá adotar medidas semelhantes aos produtos importados da Argentina.

Em Mato Grosso do Sul, o embargo provocou reações imediatas já que a Argentina foi o segundo maior comprador da carne no Estado em 2011 “Tivemos queda na exportação o que gerou um excedente interno, baixando os preços do produto no varejo”, explica Adriana Mascarenhas, economista e assessora técnica da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul). O preço médio do quilo vivo do suíno apresentou redução de mais de 30% em março, sendo cotado ao final do período em R$ 1,95/Kg. No varejo, cortes como a costela suína teve queda de 16%.

Quanto às exportações, Mato Grosso do Sul embarcou apenas 835 toneladas da carne in natura em março, com uma receita de US$ 2 milhões, o que representa uma diminuição de 27,7% em volume e 41,9% em receita, em relação a março do ano passado. Nesse mês, a Argentina não adquiriu o produto no Estado. Comparando o trimestre, a queda é ainda mais substancial. Nos três primeiros meses de 2011, foram exportados 2,1 mil toneladas enquanto que no mesmo período de 2012 o Estado embarcou apenas 295 toneladas, uma queda de mais de 900%.

A Argentina era, até fevereiro deste ano quando adotou a restrição, o quarto maior comprador da carne suína do Brasil. De 3,5 mil toneladas, passou a comprar apenas 500 toneladas. No total, 75% do que era produzido no Brasil, era vendido diretamente para a Argentina.

As informações sobre abate, exportação e preços da suinocultura, bovinocultura e avicultura relativos ao mês de março estão disponíveis no Boletim Casa Rural, que agrega ainda informações sobre agricultura.