Ex-pedreiro em Campo Grande hoje é ídolo do futebol baiano

Lateral do time do Vitória, que disputa série B do Brasileirão, tornou-se destaque do time e xodó da torcida

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Lateral do time do Vitória, que disputa série B do Brasileirão, tornou-se destaque do time e xodó da torcida

Um ex-pedreiro campo-grandense que aprendeu a jogar bola nos campinhos do Guanandy, bairro popular da capital de Mato Grosso do Sul, se tornou destaque para a torcida do Vitória. O time conta com o talento de Gilson na caminhada de volta à primeira divisão do campeonato baiano.

“Aos 26 anos, os pés são as principais ferramentas de trabalho de Gilson, mas as mãos do lateral-esquerdo do Vitória no jogo das 19h30 de amanhã, contra o Criciúma, no Barradão, foram muito calejadas na adolescência”, conta reportagem desta segunda-feira (3) do jornal Correio, da Rede Bahia de Comunicação.

De uma típica família pobre de Campo Grande, aos 14 anos de idade Gilson já trabalhava como pedreiro, profissão do pai. Além disso, para ajudar em casa, foi ajudante em um mercado da capital e distribuiu panfletos. Agora, sonha em se tornar campeão, embalado pelo apoio da torcida baiana.

“A gente passou aperto, dificuldades, eu e minhas duas irmãs não tínhamos dinheiro pras coisas simples de criança, então, eu sempre fazia algo para ajudar em casa”, contou o campo-grandense para a repórter Daniela Leone. A mãe do jogador, Dona Celina, trabalhava como diarista.

Segundo a reportagem, Gilson conseguiu descanso para as mãos calejadas de pedreiro quando, aos 17 anos de idade, assinou o primeiro contrato profissional, com o Cene. Na época, em meados de 2003, recebia do time sul-mato-grossense um salário de R$ 240. “Ajudava em casa e ainda sobrava um dinheirinho”, recorda.

Assim como centenas de jovens que sonham na periferia de Campo Grande com o futuro no futebol profissional, Gilson contou à repórter que fez de tudo um pouco. “Também vendia sorvete, entregava panfleto e trabalhava como ajudante de supermercado, colocando preços e repondo mercadoria. Era muito cansativo, mas era o meu sonho ser jogador e nunca desisti”.

Acompanhe no texto da imprensa baiana como a torcida do Vitória aposta no talento do campo-grandense:

Há pouco menos de um mês, Gilson voltou a trabalhar como pedreiro, mas em outra obra. Está ajudando a construir o acesso rubro-negro à Série A. E mais: tem reconstruído a própria carreira, em baixa no primeiro semestre, quando defendia o Cruzeiro, clube com o qual tem contrato até 2014.

“É um recomeço. No Cruzeiro, não tive oportunidade, não tive a sequência de dois jogos que eu sempre pedi pra mostrar meu potencial. Tô muito feliz de estar jogando e fazendo boas partidas”, diz.

Gilson foi o quinto lateral canhoto contratado pelo Vitória na temporada – antes dele, Wellington Saci, Gabriel Araújo, Dener e Mansur chegaram à Toca do Leão.  O atual titular vestiu a camisa rubro-negra dois dias após ser apresentado na Toca e não a tirou mais. Com ele em campo, o Vitória ainda não perdeu: América-MG (2×1), Guaratinguetá (2×0), Joinville (2×1), Ceará (3×1), Barueri (1×0) e América-RN (2×2).

“O fundamental foi a confiança que o grupo e a comissão técnica me deram. Isso foi o fator fundamental pra desenvolver bem meu trabalho. O clima é bom, o grupo não tem vaidade e todo mundo se respeita. Tem uma disputa sadia por posição, claro, mas o entrosamento fora de campo é um dos pontos fortes que fizeram a gente estar firme na liderança”, pontua.

Matemática

O mundo da bola e as dificuldades da vida fizeram Gilson deixar os estudos antes de completar o Ensino Fundamental e ele confessa que nunca foi bom em matemática. Só que hoje em dia não tem problema pra lidar com números. Fazer conta no Vitória está facinho, facinho.

“Nós pensamos sim em somar os pontos necessários matematicamente para conquistar o acesso e consequentemente o título. Vamos brigar pra sermos campeões. Nós estamos com esse foco”, garante o lateral de 26 anos, que só comemorou um título na carreira. Em 2005, foi campeão estadual com o Cene. (Daniela Leone, Correio, 3 de setembro de 2012)

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