Ex-motorista diz ter ouvido do primo de Bruno que “Eliza já era”

Primeira testemunha a depor no júri do caso Eliza Samudio, Cleiton Gonçalves, ex-motorista do goleiro Bruno Fernandes, confirmou que Sérgio Rosa Salles, primo do ex-atleta, lhe disse que “Eliza já era”. A declaração foi dada após ele ser questionado pelo promotor de acusação caso, Henry Castro, nesta segunda-feira (19), em Contagem (região metropolitana de Minas […]

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Primeira testemunha a depor no júri do caso Eliza Samudio, Cleiton Gonçalves, ex-motorista do goleiro Bruno Fernandes, confirmou que Sérgio Rosa Salles, primo do ex-atleta, lhe disse que “Eliza já era”. A declaração foi dada após ele ser questionado pelo promotor de acusação caso, Henry Castro, nesta segunda-feira (19), em Contagem (região metropolitana de Minas Gerais), no julgamento dos acusados do suposto desaparecimento e morte de Eliza, então namorada do goleiro.

Questionado pelo advogado de defesa de Macarrão, Leonardo Diniz, se estava alcoolizado ao ouvir de Sérgio Rosa Salles que “Eliza já era”, Cleiton afirmou que sim, que estava bebendo desde as 15h. A declaração teria ocorrido depois das 22h, quando o ônibus partiu para o Rio de Janeiro.

A afirmação teria ocorrido dentro do ônibus que levava o time de várzea de Bruno de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, no dia 10 de junho. Apesar de confirmar a declaração de Sérgio, Cleiton afirmou que não procurou saber do que se tratava. “Peguei minha cerveja e foi para parte de trás do ônibus”, disse.

Durante o depoimento, o advogado do goleiro Bruno, Rui Pimenta, saiu da sala do júri, para dizer que Gonçalves estava “cheirando a álcool” e “bêbado”.

Cleiton confirmou também ao promotor que Sérgio Rosa Salles lhe confidenciou que os ossos de Eliza foram jogados para os cães da raça rotweiller no sítio de Bola.

Sérgio Rosa Salles era réu no processo que investiga o sumiço de Eliza Samudio e também iria a júri popular, mas foi assassinado neste ano em um crime passional, segundo a investigação da Polícia Civil.

O promotor também perguntou a Cleiton se, no dia 6 de junho de 2010, quando o time de várzea de Bruno disputou uma partida de futebol em Ribeirão das Neves (Grande Belo Horizonte), ele estava acompanhado por alguma mulher. Cleiton respondeu que não se lembra.

A defesa dos réus argumenta que Eliza Samudio estaria na partida de futebol, na arquibancada, com o filho de Bruno. Já acusação sustenta que ela já havia sido morta. O promotor perguntou se Fernanda Castro, ex-amante de Bruno, presente no salão do júri, estava no jogo. Cleiton respondeu que não a viu.

Henry Castro questionou Cleiton do porquê de ele ter ligado de Minas Gerais para Macarrão, que estava no Rio, após a polícia começar a investigar o desaparecimento de Eliza Samudio.

Segundo a testemunha, ele ligou para Macarrão, e não para Bruno, dono da Land Rover e que estava em Belo Horizonte, porque foi Macarrão que tinha que “resolver o problema” e por não ter o telefone de Bruno.

O promotor questionou ainda Cleiton se Macarrão e Bruno iriam lavar a Land Rover que teria sangue de Eliza Samudio. Ele respondeu que sim, que o carro seria lavado no sítio de Bruno, em Esmeraldas, com diesel.

Castro, então, indagou Cleiton por qual razão seria utilizado diesel para lavar o veículo. A testemunha responde que não sabe, porque não tem conhecimento em como se deve lavar um carro.

Segundo a tese da promotoria, os réus usaram diesel para tirar as manchas de sangue de Eliza do carro.

O promotor também perguntou a Cleiton onde ele tomou banho no dia 9 de junho de 2010, após uma “pelada” de futebol entre os amigos de Bruno no sítio do goleiro em Esmeraldas (MG). Ele respondeu que tomou banho na parte externa do sítio.

Na sequência, o promotor lembrou depoimento de Cleiton no qual ele diz que Bruno o impediu de tomar banho no interior do casa do sítio porque Eliza estava lá.

No depoimento, Cleiton diz ter orientado Bruno a não matar Eliza e a deixar ela ir embora. O promotor questionou porque Cleiton pediu para que Bruno não matasse Eliza. Ele respondeu que não se lembra de ter dito isso e que foi pressionado pela polícia no interrogatório.

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