Etanol só será competitivo frente à gasolina em 2 ou 3 anos, segundo ANP

O etanol hidratado, utilizado nos veículos flex, só voltará a ser competitivo frente à gasolina no Brasil em dois ou três anos, afirmou nesta quarta-feira (30) o diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Alan Kardec. No intervalo de um evento no Rio de Janeiro, ele afirmou que o cenário de […]

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O etanol hidratado, utilizado nos veículos flex, só voltará a ser competitivo frente à gasolina no Brasil em dois ou três anos, afirmou nesta quarta-feira (30) o diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Alan Kardec.

No intervalo de um evento no Rio de Janeiro, ele afirmou que o cenário de oferta e consumo de etanol no país ainda é muito imprevisível, o que afeta a competitividade do biocombustível.

“Temos hoje uma grande imprevisibilidade de oferta e consumo de etanol no país”, disse Kardec.

A afirmação foi feita num momento em que a produção de etanol no Brasil luta para se recuperar, com a oferta de cana podendo apresentar um crescimento relativamente pequeno na comparação com a fraca safra do centro-sul da temporada passada, segundo dados da indústria.

Apesar de uma produção menor neste início da safra, o preço do etanol hidratado registrou queda pela terceira semana consecutiva no principal Estado produtor do Brasil (São Paulo), informou análise do Cepea nesta segunda-feira, destacando que a queda da cotação nas usinas tem relação com pequeno interesse de compra das distribuidoras, considerando a competitividade da gasolina.

O preço da gasolina é controlado pela Petrobras. Usinas, por outro lado, também têm obtido melhores lucros com a produção de açúcar.

No acumulado da safra até 15 de maio, a produção de etanol (anidro e hidratado) no centro-sul diminuiu 39,28%, alcançando 1,32 bilhão de litros.

Também presente no seminário sobre o setor de combustíveis realizado no Rio de Janeiro, o diretor de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, comentou: “Esse ano ainda vai ser um ano de dificuldades para o etanol, não só por questões climáticas, mas porque parte do setor ainda atravessa dificuldades financeiras”.

“A safra deve vir um pouco maior, mas o crescimento é modesto”, comentou Dornelles. 

A ocorrência de chuvas na região centro-sul neste início de safra tem atrasado o início das atividades em algumas usinas e limitado o ritmo de moagem em outras. Além disso, parte dos canaviais ainda é antigo, apesar de uma melhora do índice de renovação na atual temporada.

 

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