Estudo da Embrapa deve detectar causa da proliferação de moscas em Nova Alvorada

Técnicos da Embrapa Gado de Corte vão tentar detectar a causa da proliferação da mosca de estábulo nas propriedades próximas às plantações de cana da Usina Santa Luzia, em Nova Alvorada do Sul. A própria usina contratou a empresa para fazer o estudo e apontar as eventuais medidas necessárias para resolver o problema, contou o […]

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Técnicos da Embrapa Gado de Corte vão tentar detectar a causa da proliferação da mosca de estábulo nas propriedades próximas às plantações de cana da Usina Santa Luzia, em Nova Alvorada do Sul. A própria usina contratou a empresa para fazer o estudo e apontar as eventuais medidas necessárias para resolver o problema, contou o superintendente da Santa Luzia Antonio Ailton Andrade. Ele, acompanhado do gerente de Segurança, Saúde e Meio Ambiente da usina, Valmir Viana, e do prefeito eleito de Nova Alvorada, Juvenal Neto, reuniram-se no fim da tarde desta terça-feira (4) com os deputados Marcio Monteiro (PSDB) e Felipe Orro (PDT), presidente e vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia.

A reunião foi convocada pela Comissão de Meio Ambiente e aconteceu na sala da Presidência da Assembleia. Os deputados queriam ouvir a direção da empresa a respeito das denúncias encaminhadas por produtores e pelo próprio Sindicato Rural de Nova Alvorada, reclamando da infestação de moscas de estábulo que já provocaram a morte de dezenas de animais nos últimos quatro meses. Os produtores acreditam que a matéria orgânica formada pela decomposição da palha da cana na lavoura sirva de criadouro para a mosca. No dia 22 de novembro os parlamentares estiveram em Nova Alvorada do Sul averiguando in loco as queixas dos produtores.

O superintendente da Santa Luzia não descartou a possibilidade de relação entre a mosca e a cana, porém lembra que em outras unidades do grupo (em Mato Grosso do Sul e em São Paulo) isso não ocorre. Ele assegurou que a empresa adota “as melhores práticas do setor”, com embasamento técnico para não provocar danos ambientais ao solo e ao ecossistema em geral. Porém, afirma que está pronto a rever, melhorar ou adotar novas práticas se a análise encomendada à Embrapa Gado de Corte (que já tem know how no assunto) entender que seja necessário.

“Todo mundo está tentando entender o fenômeno para ver o que é preciso ser feito”, disse o superintendente. Os produtores rurais vizinhos às plantações da Santa Luzia reclamam que a mosca aparece com o início da colheita da cana e desaparece tão logo o período acaba. A pecuarista Ruth Nair Nogueira Barbosa, proprietária da fazenda Velha Recordação, contou que já perdeu 40 cabeças de gado de julho até o fim de outubro. Segundo ela, os animais ficam estressados, exauridos pelo ataque das moscas, não conseguem se alimentar e morrem. Os bezerros são mais suscetíveis, porém nem animais domésticos – como gato e cachorro – escapam do inseto.

A mosca de estábulo é muito parecida com a mosca doméstica, com a diferença de que se alimenta do sangue de animais. “Dizer que a mosca não tem nada a ver com a usina não é possível. Mas também não podemos afirmar que a usina é culpada”, disse o deputado Marcio Monteiro, ao aprovar a contratação do estudo técnico da Embrapa para analisar o caso. “O importante é que o problema seja sanado. Precisamos da usina produzindo e gerando empregos, e dos pecuaristas criando seus rebanhos com tranquilidade. A associação entre pecuária e plantação de cana se dá em toda parte, acredito que com algum ajuste a mosca seja controlada e tudo volte ao normal em Nova Alvorada”, completou o deputado Felipe Orro.

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