Estado do RS cobra dívida de R$ 1 mi deixada por Cachoeira

Após o rompimento de contrato com a empresa de Carlinhos Cachoeira, o Estado do Rio Grande do Sul busca na Justiça recuperar o valor de R$ 1 milhão. A quantia seria uma dívida deixada pelo contraventor ao não repassar arrecadações feitas pela a Bet Capital Ltda. O empreendimento era responsável pela administração da Loteria do […]

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Após o rompimento de contrato com a empresa de Carlinhos Cachoeira, o Estado do Rio Grande do Sul busca na Justiça recuperar o valor de R$ 1 milhão. A quantia seria uma dívida deixada pelo contraventor ao não repassar arrecadações feitas pela a Bet Capital Ltda. O empreendimento era responsável pela administração da Loteria do Estado (Lotergs).

Em maio de 2004, o contrato entre as duas partes foi reincidido unilateralmente pelo governo, após o suposto descumprimento de cláusulas contratuais. Na ação, que tramita no 1ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre há oito anos, tanto o Estado quanto Cachoeira se dizem lesados. As informações são do jornal Zero Hora.

Enquanto Cachoeira pede R$ 22,8 milhões ao Estado pelos prejuízos causados com o rompimento, o governo exige o pagamento de R$ 4,7 milhões de indenização. A quantia inclui a dívida deixada e prejuízos gerados pela má gestão. A ação registra ainda a tentativa frustrada de intimação contra a empresa, que tem sede em Anápolis (GO), feita em setembro de 2005. Ao chegar ao endereço indicado, o oficial não encontrou nada e, questionados, oradores disseram desconhecer a Bet Capital Ltda. A citação foi entregue somente em outubro de 2006.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

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