Envolvimento de Cachoeira era maior em GO do que no DF, diz relator
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), que é do mesmo partido do governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz, disse que a situação da quadrilha investigada pela Comissão é muito diferente nos dois Estados. “Tudo que foi visto até agora mostra que as atividades do Cachoeira são infinitamente […]
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O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), que é do mesmo partido do governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz, disse que a situação da quadrilha investigada pela Comissão é muito diferente nos dois Estados. “Tudo que foi visto até agora mostra que as atividades do Cachoeira são infinitamente superiores em Goiás do que no Distrito Federal”.
Na opinião de Odair Cunha, os vínculos entre o governador Agnelo e o empresário goiano, que é suspeito de comandar uma quadrilha que explorava jogos ilegais em Goiás e fraudava licitações corrompendo agentes públicos, “não foram comprovados”.
Durante o depoimento de Agnelo, que durou cerca de 10 horas, parlamentares oposicionistas insistiram em perguntas sobre a compra da casa dele, que custou R$ 400 mil. Alguns parlamentares insinuaram que o valor estaria muito baixo do preço geral dos imóveis situados no mesmo bairro em Brasília. Também houve questionamentos sobre de onde o governador teria tirado dinheiro, uma vez que seu patrimônio à época seria incompatível com o valor.
Para o relator, no entanto, os valores e a compra da casa de Agnelo não são importantes e não devem ser explorados pelos membros da Comissão. “A casa não é objeto da CPI. Ele precisa prestar os esclarecimentos à Justiça”.
Sobre as quebras de sigilo de Agnelo e de Perillo, Cunha disse que serão analisadas regimentalmente pelos parlamentares. Os dois colocaram seus sigilos bancário, fiscal e telefônico à disposição dos membros da CPI. Amanhã, em reunião administrativa, os deputados e senadores irão votar os requerimentos relativos ao assunto.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.
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