Enguia com espinha terrestre contraria teoria da evolução
A descoberta do fóssil de uma enguia de 350 milhões de anos colocou em xeque a teoria utilizada pelos paleontólogos há décadas para determinar se um animal é aquático ou terrestre. Publicada no periódico científico Proceedings of the Royal Society B, a pesquisa mostrou que um animal aquático pode, sim, ter uma espinha segmentada, […]
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A descoberta do fóssil de uma enguia de 350 milhões de anos colocou em xeque a teoria utilizada pelos paleontólogos há décadas para determinar se um animal é aquático ou terrestre. Publicada no periódico científico Proceedings of the Royal Society B, a pesquisa mostrou que um animal aquático pode, sim, ter uma espinha segmentada, semelhante a dos humanos .
A enguia da espécie Tarrasius problematicus viveu nas águas rasas do que hoje é a Escócia e, como muitos peixes, imaginava-se que tivesse uma coluna vertebral dividida em apenas duas partes (corpo e cauda). A análise do fóssil, no entanto, mostrou o contrário: ela tinha uma coluna dividida em cinco partes, semelhante a dos animais que vivem em terra, os tetrápodes.
“Fiquei muito surpresa. Todos os vertebrados não-tetrápodes não deveriam ser capazes de gerar morfologias de um tetrápode devido a razões relacionadas à forma de vida (na água em vez de na terra) e à genética. Além disso, imaginava-se que o Tarrasius não tivesse vértebras feitas de ossos”, explicou ao iG Lauren Sallan, autora do artigo, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.
A descoberta sugere que a anatomia de espinha segmentada pode ter surgido antes dos primeiros animais terrestres caminharam sobre a Terra. Não é claro ainda, porém, como o Tarrasius fazia uso da sua coluna segmentada na vida diária. Segundo Sallan, uma possibilidade é que a estrutura pudesse ser utilizada para dar mais empuxo ao corpo da enguia à frente ao nadar.
Uma das possibilidades de continuação da pesquisa será fazer esta análise. “Uma vertente é descobrir quão difundida estão as colunas do tipo tetrápode entre fósseis de peixes e também nos que vivem atualmente. Outra é testar como a coluna do Tarrasius funcionava biomecanicamente”, afirmou Lauren.
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